Nesta era digital, em que a comunicação e a informação está acessível diretamente na palma das nossas mãos, embora se apresente com a capacidade de conectar as pessoas, esta pode isolá-las em bolhas virtuais, onde a interação face-a-face diminui. As redes sociais, muitas vezes, incentivam à comparação e à busca de validação individual, alimentando por vezes o narcisismo. O consumismo e a cultura do "ter" incentivam a busca por bens materiais e estatuto individual, é a bolha dos “gostos” e das “visualizações”.

Neste tempo, mais do que nunca, o associativismo emerge como um farol de esperança, um antídoto para a fragmentação social que nos assola. A capacidade de unir forças, de trabalhar em prol de um bem comum, é intrínseca à nossa natureza humana e fundamental para a construção de comunidades resilientes e prósperas.

As associações locais, muitas vezes negligenciadas, desempenham um papel crucial na vida das pessoas. São espaços de encontro, de partilha, de apoio mútuo. Nelas, encontramos a solidariedade que nos fortalece, a voz que nos representa, a ação que nos transforma.

O associativismo não se limita a atividades recreativas ou culturais. Ele abrange uma vasta gama de áreas, desde a defesa dos direitos dos cidadãos até a promoção do desenvolvimento sustentável. As associações de moradores, por exemplo, são essenciais para garantir a qualidade de vida nos bairros, lutando por melhores serviços públicos, infraestruturas adequadas e segurança.

As associações de pais e encarregados de educação, por sua vez, desempenham um papel fundamental na melhoria da qualidade do ensino, promovendo a participação ativa das famílias na vida escolar. As associações de jovens, por outro lado, são espaços de formação, de desenvolvimento de lideranças e de promoção do protagonismo juvenil.

No campo da economia, o associativismo também se mostra essencial. As cooperativas agrícolas, por exemplo, permitem que pequenos produtores unam forças para enfrentar os desafios do mercado, garantindo melhores preços e condições de comercialização. As associações de micro e pequenos empresários, por sua vez, oferecem apoio mútuo, capacitação e acesso a crédito, impulsionando o desenvolvimento local.

A proximidade com as comunidades é um dos grandes trunfos do associativismo. As associações estão enraizadas no território, conhecem as necessidades e os anseios das pessoas, e atuam de forma direta e eficaz. Essa proximidade permite que as associações sejam verdadeiros agentes de transformação social, promovendo a inclusão, a justiça e a igualdade.

Num mundo cada vez mais complexo e desafiador, o associativismo mostra-se como um caminho para a construção de um futuro mais justo e solidário. Ao unirmos forças, ao trabalharmos em conjunto, podemos superar os obstáculos e construir comunidades mais fortes e resilientes. É preciso valorizar e fortalecer o associativismo, reconhecendo o seu papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e solidária. É preciso incentivar a participação cidadã, a criação de novas associações e o fortalecimento das já existentes.

O associativismo é a força que nos une, a voz que nos representa, a ação que nos transforma. É o caminho para a construção de um futuro melhor para todos.