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Uma em cada 5 crianças ucranianas perdeu família ou amigos na guerra da Ucrânia

De acordo com relatório da UNICEF, o terceiro ano de guerra na Ucrânia foi ainda mais mortífero para as crianças do que o ano anterior

Uma em cada cinco crianças na Ucrânia perdeu um familiar ou amigo desde o início da invasão russa que deu origem à guerra, há três anos, afirmou hoje a diretora executiva da UNICEF, Catherine Russell, em comunicado.

“A morte e a destruição têm sido uma realidade constante na vida das crianças na Ucrânia”, referiu, adiantando que “este nível de violência causa imenso medo e sofrimento, e perturba todos os aspetos da vida de uma criança”.

De acordo com um relatório da agência da ONU dedicada às crianças, o terceiro ano de guerra na Ucrânia foi ainda mais mortífero para as crianças do que o ano anterior, tendo o número de mortes aumentado 50% em relação a 2023.

No total, mais de 2.500 crianças foram mortas ou feridas desde fevereiro de 2022, mas “o número real deverá ser muito mais elevado”, uma vez que estes dados contabilizam apenas as vítimas infantis confirmadas pela ONU.

Por outro lado, a vida normal de crianças e jovens sofreu uma suspensão, já que, nos últimos três anos, mais de 1.600 escolas e quase 790 hospitais foram danificados ou destruídos.

“A guerra na Ucrânia fez com que as crianças e os adolescentes enfrentassem perdas e privações profundas, que afetaram o seu desenvolvimento e bem-estar, durante fases críticas das suas vidas”, sublinha a UNICEF.

Na Ucrânia, refere a organização, as crianças de três anos só conhecem a guerra, num período de crescimento m que as experiências vividas têm um impacto profundo na saúde e aprendizagem.

As suas vidas familiares foram também muito afetadas, já que os pais dizem sentir-se física e emocionalmente exaustos, e os serviços essenciais para as crianças e para os seus pais também foram destruídos ou restringidos.

A guerra torna também muito difícil o desenvolvimento dos adolescentes, sendo que quase um terço dos jovens, sobretudo as raparigas, declarou sentir-se tão triste ou sem esperança que deixou de fazer as suas atividades habituais.

“Os problemas de saúde mental das crianças e dos jovens na Ucrânia estão a agravar-se devido ao isolamento. Muitas crianças passam constantemente horas abrigadas em caves, perdendo oportunidades de socializar e aprender”, sublinha a UNICEF, acrescentando que cerca de 40% das crianças estudam apenas remotamente ‘online’, ou têm aulas à distância.

O impacto na aprendizagem tem sido profundo, garante a agência da ONU, estimando uma perda média de dois anos de escolaridade em termos de competências de leitura e de um ano em competências de matemática.

Mesmo para as crianças e jovens que não estão a viver a guerra diretamente, por estarem refugiadas em outros países, o acesso à escola continua a ser um desafio, com metade das crianças em idade escolar a não estarem inscritas nos sistemas educativos nacionais.

A situação afeta “a sua oportunidade de aprender e interagir com os seus pares, bem como de desenvolver competências essenciais que serão fundamentais para a recuperação da Ucrânia após a guerra”, lembra a UNICEF.

“As crianças devem ser sempre protegidas dos impactos da guerra, de acordo com o direito internacional humanitário e a legislação internacional de direitos humanos”, lembra Catherine Russell.

“Mais do que qualquer outra coisa, as crianças na Ucrânia precisam de paz sustentada e da oportunidade de concretizar todo o seu potencial”, concluiu.

Fevereiro 21, 2025 . 12:58

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