Parlamento ucraniano cancela sessão devido a risco de ataque russo
O Parlamento ucraniano cancelou a sessão de hoje devido ao risco acrescido de um ataque russo, um dia depois de a Rússia ter disparado um novo míssil balístico, disseram vários deputados.
A sessão ordinária com a participação de funcionários do governo “foi cancelada”, disse a deputada do partido presidencial Yevheniia Kravchuk à agência francesa AFP, confirmando informações de outros deputados.
“Há sinais de um risco acrescido de ataques contra o bairro governamental nos próximos dias”,acrescentou a deputada do partido Servo do Povo.
O bairro no coração de Kiev, que alberga igualmente a presidência, a sede do governo e o banco central, foi até agora poupado aos bombardeamentos.
O acesso ao bairro é estritamente controlado pelo exército.
O porta-voz do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garantiu à imprensa que a administração presidencial estava “a trabalhar como habitualmente, respeitando as normas de segurança habituais”.
Após o ataque com um novo míssil hipersónico, o Presidente russo, Vladimir Putin, falou à nação na quinta-feira à noite, e culpou o Ocidente pela escalada do conflito.
Disse que a guerra na Ucrânia assumiu agora um “caráter global” e ameaçou atacar os aliados de Kiev cujas armas de longo alcance sejam utilizadas para ataques dentro da Rússia.
O Kremlin (presidência russa) mostrou-se hoje confiante de que os Estados Unidos compreenderam a mensagem de Putin.
“Não temos dúvidas de que a atual administração de Washington teve a oportunidade de se familiarizar com esta declaração e de a compreender”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
A NATO e a Ucrânia deverão reunir-se em Bruxelas na terça-feira para discutir a situação, de acordo com fontes diplomáticas contactadas pela AFP.
Os Estados Unidos, que foram informados 30 minutos antes do lançamento russo, acusaram Moscovo na quinta-feira de “provocar uma escalada”.
A ONU também falou de um “desenvolvimento preocupante” e o chanceler alemão, Olaf Scholz, lamentou uma “terrível escalada”.
A China, um importante parceiro da Rússia acusado de participar no seu esforço de guerra, pediu contenção.
O Cazaquistão, um aliado de Moscovo, reforçou as medidas de segurança devido à nova “escalada na Ucrânia”.