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“Viseu, além de uma cidade do coração, é bom que seja uma cidade doce”

Desta vez, o Mercado 2 de Maio foi o palco do Viseu Doce, um evento preenchido por viriatos, castanhas de ovos, pastéis de Vouzela, cavacas de Resende, pastéis de feijão e pelo bolo podre de Castro Daire. Mas não só, acrescentaram-se licores, receitas caseiras e (muito) pão tradicional

Já se sabe que o melhor da doçaria viseense tem forma de “V”, certamente de Viriato, e leva farinha, açúcar, ovos e coco ralado. Surpreende porque sendo um bolo seco, mantém sempre alguma cremosidade e, por isso, tem o melhor dos dois mundos. O que já não admira é um “Viseu Doce” com mesas preenchidas por caixinhas de viriatos. Mas não só. Centenas de pessoas passaram pelo Mercado 2 de Maio, o novo recinto do evento, para provar também os famosos pastéis de feijão, as castanhas de ovos, as cavacas de Resende, o bolo podre de Castro Daire e ainda os pastéis de Vouzela.

“Queria deixar um agradecimento aos expositores, não só aos que vieram agora, mas também àqueles que já cá estão e que deixaram aqui a sua mesa. No ano passado, fomos os beneficiários dessa posição porque fomos considerados o melhor destino gastronómico do país”, começou por dizer o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, na abertura oficial da 5.ª edição do Viseu Doce.

Diante dos operadores, o autarca destacou ainda a importância “de todos os hoteleiros, os viticultores, os agricultores e os pasteleiros” da região até porque “são eles que fazem da gastronomia o chamariz para a nossa terra”.

O objetivo de um evento que já soma cinco anos “é sempre dar estampa aos nossos produtos que chamam as pessoas a frequentar espaços como este”, destacou, lembrando que Viseu quer ser “uma cidade que comunica com outros concelhos e que aborda as coisas de uma forma mais abrangente”.

E a concluir, Fernando Ruas reconheceu que é “um motivo de orgulho para todos nós sabermos que temos uma série de guloseimas espalhadas pelo nosso distrito que são conhecidas a nível nacional”, sem esquecer que “Viseu, além de uma cidade do coração, é bom que seja uma cidade doce”.

Também o presidente da Associação Comercial do Distrito de Viseu, Gualter Mirandez, referiu que a mudança para o Mercado 2 de Maio vai permitir “transmitir este evento a muito mais pessoas”, cuja afluência “foi bastante interessante”. “Começámos há cinco anos. Nós somos conhecidos a nível nacional porque temos uma gastronomia de referência, temos um vinho do Dão de referência e precisávamos de um evento onde a nossa doçaria também estivesse a ser promovida”, afirmou, acrescentando que “este é um evento distrital, com as cavacas da Resende, o bolo podre de Castro Daire ou o pastel de Vouzela”.

A ideia, frisou Gualter Mirandez, era “continuarmos um evento com esta dimensão distrital”, onde o sucesso é já uma garantia.

“Quando começámos não esperávamos os sucessos que o Viseu Doce já nos deu. E este sucesso deve-se, essencialmente, à disponibilidade da Câmara Municipal de Viseu, que tem trabalhado connosco para que o evento hoje possa refletir exatamente naquilo que é hoje”, concluiu.

As Cavacas de Resende e os Pastéis de Vouzela fizeram companhia aos Viriatos

Por entre as confeitarias e pastelarias viseenses, encontrámos o norte do distrito, curiosamente, também a norte da fila de mesas que se distribuíam pelo Mercado 2 de Maio. Sara Sá, proprietária das “Cavacas da Adozinda” (Resende), estava a receber o segundo carregamento do dia daquele bolo que já é bem conhecido pelas bandas viseenses.

“Somos um pequeno negócio que só se dedica a fazer cavacas de Resende de forma tradicional. Fazemos em forno de lenha, seguimos todos os passos, que são o grande segredo das cavacas”, contou-nos, entre uma fila bem composta de clientes.

Tem 29 anos e, juntamente com a mãe, continuou a tradição da família pelo mundo da doçaria regional. “É um negócio familiar, já vem do tempo da minha bisavó e está a correr muito bem”, adiantou.

Do norte para o sul do distrito, é em Vouzela que encontramos a próxima “preciosidade” da doçaria da região. Pela mão dos alunos da Escola Profissional de Vouzela ergueu-se uma montra em honra dos pastéis do concelho. “Estamos a vender os produtos conventuais de Vouzela, os pastéis de Vouzela, os folares, alguns doces que fazemos na nossa escola como os alforges de São Frei Gil, feitos pelos alunos do curso de cozinha e pastelaria”, disse-nos Luísa Maia, educadora social da instituição.

Participar neste tipo de eventos, lembra a responsável, é “colocar os alunos na linha da frente e divulgarmos um pouco aquilo que é feito todos os dias nas nossas aulas práticas”. “São muito ativos e estão sempre prontos para nos ajudarem porque acabam por pôr em prática tudo o que aprendem”, concluiu.

Vouzela e Resende à parte, também se “celebrou” o corte do tradicional bolo podre de Castro Daire, com a Confraria do Bolo Podre e Gastronomia de Montemuro, e os licores e compotas de São Pedro do Sul.

Abril 5, 2025 . 18:31

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