
“Investimento deste mandato é o mais alto de sempre registado na freguesia”
Em que medida se consubstanciou, neste mandato, a política de proximidade que defendeu na campanha eleitoral?
Tomaram-se medidas com o intuito de chegar junto dos cidadãos, porque o trabalho nunca acaba quando se trata de relações com os fregueses. Houve uma preocupação muito grande, no início, em organizar a junta de freguesia, que só abria duas vezes por semana e por pouco tempo, o que nos parecia insuficiente, e conseguimos abrir aqui um posto de atendimento dos CTT, acrescido dos serviços da junta, que agora abre diariamente, de segunda a sexta. A política de proximidade também se concretizou em muitos mais eventos, colocámos o mercado de produtos locais em funcionamento todos os meses, dinamizando os produtos e a economia local, permitindo aos pequenos produtores escoar os seus produtos de qualidade num evento de alavancamento económico e territorial. Criámos o Mercado de Natal em 2023, já tivemos duas edições espetaculares com excelente adesão, tanto da freguesia como de fora. Na segunda edição notámos que houve o dobro das pessoas presentes nos três dias do evento. Já nos pediram, expositores, produtores e fregueses, para esticar o evento para uma semana. As associações locais foram envolvidas e participaram, cada uma com a sua barraquinha, com atuações próprias dos seus grupos ou ranchos folclóricos.
Que obras destaca do seu primeiro mandato?
Destacaria a área de acolhimento empresarial de Lordosa, a estação elevatória de águas residuais de Bigas e a ETAR de Galifonge, que está quase a ser inaugurada. Uma das grandes preocupações deste executivo é a melhoria das condições de vida das pessoas. A questão da rede de água pública e de saneamento é muito importante e sempre me bati por ela na assembleia municipal e nas reuniões com o presidente do município. Conseguimos fazer a estação elevatória de Bigas, anulando umas fossas a céu aberto, um crime ambiental tremendo que existiu até 2022 e que agora está resolvido. A estação leva agora os resíduos até uma ETAR de Calde, do lado de lá do rio Vouga, um investimento de cerca de meio milhão de euros. Temos investimentos na área de saneamento e rede de água pública no lado oeste da freguesia, Paçô e Galifonge, que ultrapassam o meio milhão de euros. Acreditamos que a rede de água de Pousamaria vai avançar em breve. A conduta que leva a rede de água pública a Sanguinhedo já está construída, portanto é uma obra de 65 mil euros que também foi concretizada. A freguesia está coberta a 90% em termos de água e saneamento, mas preocupa-me mais aquilo que não está feito ainda, porque eu fui eleito para resolver a percentagem que falta, esse é o meu foco.
Destaco também o Museu Etnográfico Verde Gaio, inaugurado em setembro de 2024. Foi uma obra que nós encontrámos com algumas irregularidades administrativas processuais no financiamento. Mas nós conseguimos recuperar esse financiamento, resolvemos as irregularidades que existiam e conseguimos fazer e pagar a obra, de cerca de 160 mil euros. É uma obra que me orgulha muito e que engrandece a freguesia. Brevemente, estará disponível para visitas escolares e para o público em geral.
Dotámos também a freguesia de uma viatura de primeiro ataque a incêndios, fizemos uma candidatura ao ICNF e conseguimos a viatura 4x4 com kit de primeira intervenção, mas queremos no futuro ter duas ou três, porque esta é uma matéria que nos preocupa muito. Fizemos também uma candidatura ao IPDJ para a ocupação dos jovens nas férias grandes e já há três anos que temos tido muito jovens envolvidos em ações de prevenção florestal, de levantamento de pontos de água e fontanários antigos, etc.
A concluir, saliento que o investimento total neste mandato em Lordosa ultrapassa os 6 milhões de euros. Em nenhum outro mandato existiu um investimento deste volume.
Já nos poderá anunciar que será candidato a um novo mandato?
Há um mês, a decisão ainda não estava tomada, mas depois de ouvir muita gente, principalmente a minha equipa, as pessoas responsáveis por ter avançado em 2021, anuncio que estou disponível e vou avançar com a candidatura a um segundo mandato, porque sinto a responsabilidade em cima dos ombros de fazer seguir todo o caminho que temos vindo a percorrer e concretizar uma série de projetos que nós sabemos que são possíveis de fazer e dar sequência a estes quatro anos.
A que projetos vai dar prioridade num potencial segundo mandato?
Há uma estação elevatória em Sanguinhedo de Maçãs que vai resolver e possibilitar ligar o saneamento daí para Vilar e Pousamaria, que é fundamental. É preciso fazer essa estação, uma obra que está orçamentada no SMAS na ordem dos 330 mil euros, mas que vai resolver muitos problemas. Quando a fizermos, a freguesia fica servida em termos de saneamento a 100%. Em rede de água pública falta-nos muito pouco, falta Pousamaria, que já está orçamentado e está para ser lançado o concurso no SMAS, e Vilar, mas são ambas obras para lançar a muito curto prazo.
Que evolução tem havido em termos de frequência da escola primária?
Temos vindo a assistir ao encerramento de escolas primárias por falta de alunos. Quando tomámos posse, a escola tinha 12 crianças, num edifício muito bom com quatro salas, mas só tinha uma ocupada. Chegou a ter uma professora só para os quatro anos letivos. Mas nós decidimos juntar o Jardim de Infância à escola, que conseguimos requalificar com a ajuda do município, e constituímos uma associação de pais, que não existia. Encontrámos um escola com 12 alunos e agora ela tem cerca de 70, está no seu limite. Isto em três anos..
De que forma se pode desenvolver a freguesia nos próximos dez anos?
Em Lordosa está a acontecer algo que é muito agradável de verificar. Estamos a ver muitas pessoas a abandonarem a cidade e a procurarem a periferia. Lordosa é uma freguesia bastante apetecível, por estarmos muito perto da cidade, temos bons acessos, farmácia, extensão de saúde, ponto de CTT, aeródromo, o Piaget, tudo isto acaba por alavancar a nossa freguesia. Neste momento, estamos a crescer em população, temos cerca de 20/30 moradias unifamiliares em construção, o que é um bom indicador para uma freguesia rural. A densidade populacional tem aumentado, por dois motivos: as pessoas que estão a escolher morar na periferia e estamos também a receber muitos imigrantes, como acontece um pouco por todo o lado.
Com que espírito parte para a sua recandidatura?
Estou a ver-me a abraçar um segundo mandato porque gosto da minha terra, gosto das pessoas e, olhando para trás, nos últimos três anos fizemos um percurso muito bonito do qual nos podemos orgulhar e porque temos de dar continuidade, as pessoas merecem isso. Lordosa está preparada para enfrentar os desafios que vai ter no futuro. Atualmente, estamos a assistir ao regresso de muitos emigrantes, especialmente de França, as condições lá fora já não são as mesmas de há 20, 30 anos, o que acaba por ser bom porque nos traz alguma mão de obra de volta ao nosso país.