Otorrinolaringologia com diagnósticos e tratamentos cada vez mais precisos

Que doenças trata um otorrinolaringologista e quais são as mais comuns?
A Otorrinolaringologia é uma especialidade muito vasta, que diagnostica e trata patologias relacionadas com os ouvidos, nariz e garganta, em todas as idades. As doenças mais frequentes são as alterações da audição, doenças naso-sinusais (que afetam o nariz e os seios perinasais), alterações da voz e deglutição e a vertigem. Em todas elas, o diagnóstico precoce é de extrema importância e vantajoso para um melhor resultado final. Assim, na presença de sintomas como surdez, vertigens ou desequilíbrios, obstrução nasal, dor ou rouquidão persistente, deve procurar com celeridade um especialista. É também importante referir que existe uma estreita colaboração com outras especialidades de forma a garantir um cuidado integral e o mais adequado possível às necessidades específicas de cada doente.

Porque é importante essa articulação?
Hoje em dia, a abordagem multidisciplinar é essencial e no Hospital CUF Viseu não fugimos à regra. As necessidades de saúde são cada vez mais complexas e exigem uma estreita ligação entre as diversas especialidades médicas e cirúrgicas, onde o contributo dos diferentes profissionais de saúde é fundamental. São exemplos disso, a colaboração com a Neurologia no caso das patologias do equilíbrio, com a Neurocirurgia na cirurgia da hipófise (permitindo uma abordagem menos invasiva e com menor morbilidade), com a Terapia da Fala nas perdas auditivas e patologia da voz, com a Oftalmologia na patologia da órbita e via lacrimal e, com a Pneumologia e Gastroenterologia na patologia do sono. Só assim conseguimos obter resultados mais promissores.

A diferenciação das equipas é também importante para o sucesso do diagnóstico e respetivo tratamento?
A diferenciação é essencial para prestar os melhores cuidados, permitindo uma maior experiência e atualização de conhecimentos e técnicas. Na Otorrinolaringologia do Hospital CUF Viseu temos áreas bem definidas e estruturadas, como, por exemplo, a vestibulogia (vertigem e equilíbrio), com especialistas e equipamentos topo de gama para a realização de todos os exames complementares necessários ao diagnóstico específico destas patologias, bem como à terapêutica e reabilitação vestibular. Dispomos, ainda, de uma equipa diferenciada, incluindo médicos e técnicos, e em todos os exames complementares para estudo da audição desde as idades pré-natais até às idades mais avançadas. Na área cirúrgica, a equipa reúne todas as condições necessárias para a realização de qualquer tipo de cirurgia, incluindo a colocação de qualquer tipo de implantes auditivos. Existe também uma equipa que se dedica às patologias do nariz e seios perinasais, que participa ativamente em equipas multidisciplinares na área de órbita e vias lacrimais, assim como na cirurgia de hipófise em colaboração com a Neurocirurgia. Aliada à diferenciação da equipa, dispomos de um bloco operatório equipado com tecnologia moderna, como lasers, monitores faciais e microscopia de ponta, que permite a realização de muitas cirurgias com recurso a técnicas minimamente invasivas e em regime ambulatório.

Referiu que as técnicas cirúrgicas são cada vez menos invasivas. Que vantagens destaca?
Os novos equipamentos e técnicas cirúrgicas permitem atualmente uma abordagem das estruturas muito menos invasiva, sendo exemplos disso a cirurgia endoscópica de seios perinasais, da via lacrimal e da hipófise, assim como a cirurgia endoscópica de ouvido. Além disso, existem outros procedimentos específicos que beneficiam dessas inovações, como a cirurgia da laringe com recurso a laser e a utilização de radiofrequência. Estes procedimentos minimamente invasivos revestem-se de vantagens claras para o doente, representando uma morbilidade muito menor e uma recuperação mais célere no pós-operatório. Atualmente, graças a essas técnicas, a grande maioria dos procedimentos da via lacrimal e dos seios perinasais pode ser realizada em regime de ambulatório, permitindo que os doentes regressem ao conforto da sua casa no próprio dia da cirurgia.

Que inovações têm surgido nos últimos anos ao nível do diagnóstico e tratamento destas doenças?
Os avanços na tecnologia têm permitido diagnósticos e tratamentos cada vez mais precisos. No Hospital CUF Viseu procuramos estar sempre atualizados, quer do ponto de vista tecnológico quer do saber humano nas mais variadas áreas. A título de exemplo, possuímos equipamentos topo de gama, como a posturografia dinâmica e a estimulação optocinética, que nos permitem avaliar o equilíbrio e fazer a reabilitação vestibular. Fomos pioneiros em Viseu a realizar uma técnica minimamente invasiva de remoção de um tumor cerebral através da cavidade nasal. Para além do que referi anteriormente, destaco o tratamento das doenças da via lacrimal e na abordagem médica e cirúrgica das patologias inflamatórias dos seios paranasais, incluindo os vários tipos de sinusite, em que temos obtido excelentes resultados com técnicas endoscópicas, que garantem menor morbilidade e uma recuperação mais rápida. Na área pediátrica, a nossa abordagem tem sido altamente eficaz, com muito bons resultados, também pela vasta experiência da equipa de Anestesiologia, com quem colaboramos estreitamente não só durante o ato cirúrgico, mas também no pré operatório, para otimização do doente antes da cirurgia.