
Ruralidades e urbanidades de Viseu “vistas” pelos olhos de Alberto Correia
A história começa por uma visão pelas ‘ruralidades’ de Viseu que “convida o leitor a descobrir histórias e rostos de outros tempos, cujas memórias tocam as origens da cidade”. Seguem-se, agora, as “urbanidades” que retrata, nos mesmos tempos, o lado urbano da cidade, numa leitura orbigatória para quem a quer conhecer.
Como sublinha o presidente da Freguesia de Viseu, “as linhas traçadas pela pena de Alberto Correia constituem um discurso simples e delicioso, que matiza e faz persistir as memórias de gentes pitorescas”. Refere-se, Diamantino Santos, ao primeiro livro onde o autor “soube etnograficamente retratar, extraindo e compilando as suas ruralidades, num tempo em que se tornam nebulosas”. Mas pode aplicar-se, igualmente ao segundo livro, que nos leva também à primeira metade do século XX, numa visão urbana da realidade da cidade.
Reconhecendo que o primeiro livro recupera um “assunto tão rico e emocionante como é a tradição e cultura viseense”, o autarca desafia todos os cidadãos a “lembrar a importância que estes temas têm para a construção da nossa identidade”.
E assim é se atentarmos no facto desta ‘história’ começar em 1954 sobre um mapa que retrata o concelho quer em termos físicos e territoriais, como em paisagens, saberes e sabores que as suas gentes foram preservando e que hoje ainda fazem parte desta cidade com mais de 2.500 anos de história.
Um mapa que define as duas realidades bem distintas do concelho de Viseu: “de um lado, a noroeste, uma larga faixa de terra atravessada por vários cursos de água onde a simbólica espiga de milho permite adivinhar as paisagens húmidas propícias às culturas agrícolas”.
Do outro, a sudeste, “alonga-se uma poderosa mancha que sobe da soalheira margem do rio Dão marcada pelo repetido timbre do cacho de uvas até às áridas planuras do iniciático curso do rio Vouga”.
As fotografias, a preto e branco, que ilustram o livro contam, elas próprias, histórias, vivências, hábitos e costumes de ontem, e de hoje, e que podem ser encontradas na segunda obra. “Viseu Urbanidades” é, segundo Diamantino Santos, “um livro que retrata a cidade, através do rigor e qualidade” da escrita de Alberto Correia.
“Uma obra de fácil leitura que recomendamos vivamente, a todos os que gostam e melhor querem conhecer a nossa cidade”, reforça.
Uma narrativa onde também as fotografias, a preto e branco, mostram a visão urbana da cidade que “casa” de forma perfeita com a sua ruralidade.