
Amarelo Silvestre assinalou 15 anos de vida com debate sobre a interioridade
No dia em que assinalou o seu 15.º aniversário, a associação cultural Amarelo Silvestre convidou cerca de cinco dezenas de personalidades, entre artistas, programadores culturais, autarcas, chefs, empresários, economistas, geógrafos e comunidade local, para uma conversa sobre a temática “Movimento Interior – Como não matar o litoral para deixar florescer o resto?”.
A associação pretendia lançar para a conversa assuntos como a invisibilidade das companhias de teatro no interior, a centralização cultural em cidades como Lisboa e Porto, o pensamento empresarial e o facto de haver cada vez mais artistas e cada vez menos públicos. Em suma, pretendiam-se respostas a questões como “o que estamos a fazer mal?”, “como combater a invisibilidade?” ou “se o poder local tem uma palavra a dizer, por que é que não a diz?”.
Entre o vasto leque de convidados estavam Rui Catarino, presidente do Teatro Nacional D. Maria II, Américo Rodrigues, diretor-geral das Artes, Susana Peralta, economista, Miguel Honrado, diretor executivo da Associação Música, Educação e Cultura (AMEC), que tutela a Orquestra Metropolitana de Lisboa, Marta Martins, coordenadora da Artemrede, Pompeu José, da ACERT, bem como Joaquim Amaral, presidente do Município de Nelas, e o chef Diogo Rocha, entre outros.
Fernando Giestas, dramaturgo e co-criador da Amarelo Silvestre, abriu o debate, referindo que “não queremos fazer “queixinhas”, porque isso é o pior que pode acontecer, queremos falar e discutir esta dificuldade que é trabalhar e viver a partir do interior, sobretudo numa área como a nossa, refletir sobre esta ideia de invisibilidade que nós sentimos e que vamos tentando contrariar”. Reconheceu, todavia, que “também é verdade que temos mais facilidade em arranjar espaços para ensaios, conexões e sinergias com pessoas vizinhas, temos uma rede de cumplicidades maior do que teríamos se estivéssemos em Lisboa ou Porto, mas a verdade é que esta invisibilização de viver no interior traz consequências”.
O evento serviu, assim, para “ouvir outras pessoas que sejam da área da cultura, com os contextos que trazem para cima da mesa, e também as pessoas que não são da cultura, para juntos pensarmos numa ideia para combater este preconceito associado fora dos grandes centros para sermos também agentes de identificação de possibilidades e de forças”. O passo seguinte será arranjar uma estratégia “para que sejamos mais reconhecidos e termos uma voz que seja valorizada”, através das pistas que foram recolhidas nesta conversa de três horas, e que foi gravada para posterior utilização em podcast ou boletins informativos da associação.
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