
Zelensky descarta missão da ONU como garantia de segurança
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afastou hoje a possibilidade de uma missão de paz da ONU como garantia de segurança para evitar uma nova invasão russa do seu país, a poucos dias de negociações de uma trégua com Moscovo.
"No que concerne à ONU, com todo o respeito, a ONU não nos protegerá da ocupação ou da tentativa de [Presidente russo, Vladimir] Putin de nos invadir novamente. Não vemos a ONU como uma alternativa a um contingente ou a garantias de segurança", declarou Zelensky, em conferência de imprensa em Kiev com o homólogo checo, Petr Pavel.
O Presidente ucraniano reafirmou o seu compromisso com um contingente militar apoiado pelos parceiros europeus de Kiev como uma opção desejável para impedir uma nova invasão russa.
Segundo Zelensky, a ONU poderia oferecer assistência a um contingente internacional, mas considerou que a Ucrânia precisa de “tropas em terra, defesa aérea, navios de guerra, aeronaves e um Exército sério”, com informações dos seus parceiros, para que os russos não sejam tentados a atacar novamente.
O líder ucraniano anunciou também que vai participar numa reunião de aliados internacionais, convocada para dia 27 de março pelo chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, para debater o envio de forças para a Ucrânia após um acordo de cessar-fogo.
O encontro internacional, disse Zelensky, vai reunir “uma coligação de voluntários” para contribuir para um possível contingente de paz na Ucrânia, mas também discutir garantias de segurança para o seu país após mais de três anos de guerra.
Antes disso, os negociadores norte-americanos têm agendadas para segunda-feira, na Arábia Saudita, conversações alternadas sobre uma trégua de 30 dias com delegações da Ucrânia e da Rússia, que o Kremlin quer limitar a ataques a infraestruturas e alvos energéticos.
Esta nova fase de contactos segue-se a telefonemas mantidos esta semana pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky.