
Aguiar-Branco defende sessão solene do 25 de Abril no parlamento
O presidente da Assembleia da República defende a realização de uma sessão solene do 25 de Abril e vai levar essa ideia à conferência de líderes parlamentares de quarta-feira, disse hoje à Lusa fonte do seu gabinete.
Segundo a mesma fonte, José Pedro Aguiar-Branco entende que esta sessão deve acontecer nos termos de anos anteriores e decidiu levar o tema à conferência de líderes parlamentares para que os partidos se pudessem pronunciar.
A ideia de que o parlamento, que estará dissolvido nessa altura, realize uma sessão solene comemorativa do 25 de Abril será assim defendida pelo presidente da Assembleia da República.
Esta manhã, durante uma visita ao futuro Hospital de Sintra, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos tinha defendido que o 25 de Abril deveria ser celebrado na Assembleia da República e que não havia razão para que esta comemoração não acontecesse este ano.
Esta tarde, o presidente da bancada parlamentar do PSD, Hugo Soares, adiantou à Lusa que o PSD defende a realização da sessão solene do 25 de Abril na Assembleia da República “nos termos habituais e em que a conferência de líderes determinar”.
A conferência de líderes de quarta-feira irá decidir se a Assembleia da República realiza ou não este ano a tradicional sessão solene comemorativa do 25 de Abril de 1974, no atual contexto de crise política e em que o parlamento estará dissolvido a partir de quinta-feira.
"Na conferência de líderes não ficou decidido se haverá ou não, este ano, sessão solene [do 25 de Abril de 1974]. É uma matéria que os grupos parlamentares solicitaram uma melhor reflexão. Essa reflexão, em princípio, ocorrerá na próxima quarta-feira, com uma nova conferência de líderes", anunciou na semana passada o deputado Jorge Paulo Oliveira.
A sessão que assinala a Revolução dos Cravos no parlamento não se realizou em apenas quatro dos 49 anos da Assembleia da República nascida das eleições de 25 de abril de 1976, data da entrada em vigor da Constituição democrática.
Em 1983, em 1993 e em 2011 não houve sessão evocativa no parlamento e em 1992, por proposta do então Presidente Mário Soares, a celebração transferiu-se para a zona de Belém, numa tentativa de a tornar mais apelativa e sensibilizar os mais jovens para as conquistas democráticas.
Em 1983, a sessão no parlamento não se realizou por haver eleições legislativas no próprio dia 25 de abril; em 2011, por a Assembleia se encontrar dissolvida; e em 1993, quando os órgãos de comunicação social decidiram em bloco boicotar todos os trabalhos parlamentares em protesto contra a limitação da circulação dos jornalistas no edifício de S. Bento, em Lisboa. Como não haveria cobertura, decidiu-se cancelar a sessão no parlamento.