
Tradição e cultura juntam-se numa oferta diversificada em Mangualde
Mangualde é um concelho rico em história, património e cultura. Três dos pilares em que assenta um dos principais setores de atividade: o turismo. A que se juntam a gastronomia, os vinhos e um vasto conjunto de produtos endógenos. Existem ainda percursos que estreitam o conhecimento entre a natureza e o património
“Todos os anos há marcas que Mangualde leva à Bolsa de Turismo de Lisboa e que são inevitáveis na apresentação do nosso concelho. Falamos naturalmente do Queijo DOP Serra da Estrela, que é uma marca de toda região e principalmente do nosso concelho, mas também do Vinho do Dão”, começou por explicar o presidente da Câmara Municipal de Mangualde, Marco Almeida, considerando que “essas marcas têm de estar obrigatoriamente naquela que é o maior bolsa de turismo do país”.
Sublinhando o facto do concelho estar inserido nas regiões demarcadas do Queijo Serra da Serra, do Vinho do Dão e da Maçã, o autarca reconhece que são estes e outros produtos que contribuem para a riqueza da gastronomia local e regional. “No caso de Mangualde, e dessas três regiões demarcadas, só nos falta a maçã de bravo Esmolfe que, sendo do concelho vizinho de Penalva do Castelo é também uma marca muito importante para todos nós”, sublinhou. Mas este ano, Mangualde vai levar à BTL aquela que é a sua programação e oferta cultural, para o ano que está a correr
“Nós aumentámos em cerca de 40% o número de alojamento local e o número de turismo no nosso concelho nos últimos três anos, desde 2021 e com dados até 2024, nós aumentamos em 40% este número, muito também por força da nossa atividade cultural”, afirma Marco Almeida, reconhecendo que “os parceiros da área da hotelaria, da gastronomia têm tido um papel fundamental neste crescimento”.
Dentro da oferta cultural, o autarca destaca aquela que é a maior montra do concelho, a Feira dos Santos. “O ano passado atingiu números muito, muito bons e muito importantes para o nosso concelho. Estamos a falar em mais de 80 mil pessoas em dois dias que visitaram a Feira dos Santos”, avançou.
Mas há muito mais para mostrar num município onde as Festas do Concelho, o Mangualde Fest, “são já uma marca muito direcionada para a comunidade emigrante que na altura do verão visitam as nossas terras”. E depois outros eventos que foram criados novos e que promove alguns dos valores da tradição do concelho.
“Falo no EncruzArte que é um evento que se estreou no ano passado, que vai ter continuidade este ano, e que tem por trás algo que é muito importante também para o nosso território, o vinho Encruzado, a casta rainha do Dão”, explicou o autarca, adiantando que este ano a cultura vai ser um dos pratos fortes da presença na BTL, sem deixar de estar com o vinho do Dão, com as quintas vinhateiras, com os produtores e o queijo, bem como com a hotelaria que vai poder mostrar aquilo que de melhor a região tem para oferecer”.
E vai fazê-lo de forma integrada, numa iniciativa conjunta de todos os municípios e a comunidade intermunicipal.
“Ao longo dos anos, nós temos dado aqui um exemplo da forma como o território deve ser construído e deve ser promovido e temo-nos dado bem com isso”, afirmou o autarca, sublinhando que os dados de crescimento do ponto de vista turístico no concelho de Mangualde são uma prova de que é para isso que o concelho trabalha diariamente.
“Hoje olhamos muito para um território e pouco para os concelhos”
E se Mangualde é um exemplo de crescimento ao nível do turismo, também a região é a que mais cresceu a nível nacional.
E quando perguntamos porquê, Marco Almeida responde sem rodeios: “Nós em cada um dos nossos concelhos estamos muito satisfeitos também com o crescimento que cada um tem feito e que é muito fruto do trabalho em rede dos 14 municípios, no que somos um exemplo a nível nacional”.
E acrescenta: “Hoje nós olhamos muito para o território e pouco para os concelhos, e é assim que deve ser. Nós não vivemos bem com os problemas dos nossos vizinhos e não podemos estar bem se eles também estiverem mal. Por isso este é um bom exemplo e é algo que nos deve fazer refletir quanto ao futuro, até porque temos tido exemplos bons, temos tido resultados que provam que pensarmos de forma contrária é errado”.
Por todas estas razões Marco Almeida acredita que continua a ser importante estarem na BTL enquanto território. “Estamos a falar de 14 municípios, não estamos a falar de um município que só por si já era importante. Mas estamos a falar de uma região que tem muitos produtos endógenos que são marcas deste território, estamos a falar de monumentos, de património material e imaterial, de monumentos nacionais, de uma riqueza paisagística que efetivamente nos diferencia, estamos ladeados por rios, por serras, por um turismo de natureza que efetivamente tem sido também uma das grandes marcas desta comunidade intermunicipal”, afirmou, apontando igualmente as questões da sustentabilidade.
Considerando que “hoje não podemos olhar para o futuro, se não falarmos na sustentabilidade”, o autarca usou o exemplo do chefe Diogo Rocha, a única estrela Michelin no território, que foi também reconhecido pelas práticas de sustentabilidade que utiliza na sua atividade.
“E por isso, quer as ecovias, as ciclovias, as ecopistas, os percursos pedestres, a nossa gastronomia riquíssima, a nossa hotelaria, as nossas paisagens e os nossos rios, obviamente que tem que estar na maior montra nacional de turismo”, avançou, reconhecendo que “esta afirmação do ponto de vista nacional, esta consolidação do ponto de vista nacional, deve ser reforçada com a internacionalização da própria marca Viseu Dão Lafões”, que, na sua opinião “deve ser o passo seguinte” bem evidente na presença da CIM em várias feiras internacionais que efetivamente abrem espaço a novos visitantes.