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Casal detido por explorar mulher como instrumento de trabalho

Diligências demonstram que suspeitos, em meados de 2022, colocaram em prática “um plano” que levou a que a vítima tivesse sido “sujeita a condições desumanas"

Um casal foi detido, em Valpaços, pela suspeita de explorar uma mulher como instrumento de trabalho, estando indiciado por crimes como tráfico de pessoas, escravidão e violação e ofensas à integridade física, anunciou hoje a Polícia Judiciária.

Os detidos, de 47 e 49 anos, são suspeitos de explorarem a vítima de 47 anos como “instrumento de trabalho, subjugando-a à sua vontade e interesses, privando-a de toda e qualquer liberdade de movimentos, de decisão e de ação”.

Em comunicado, a Diretoria do Norte da Polícia Judiciária (PJ) explicou que as diligências efetuadas permitiram recolher fortes indícios que demonstram que os suspeitos, em meados de 2022, colocaram em prática “um plano” que levou a que, durante cerca de um ano e meio, a vítima tivesse sido “sujeita a condições desumanas, sendo sobrecarregada com trabalhos excessivos e pesados, na área da agricultura e pecuária, que era obrigada a realizar ‘de sol a sol’, inclusive aos fins de semana e feriados, sem que lhe fosse prestada qualquer compensação monetária”.

Segundo a PJ, a vítima foi “maltratada física e psicologicamente, foi forçada a viver de forma degradante, sem o mínimo de condições de habitabilidade, higiene, saúde física e psíquica e de privacidade, não lhe sendo provida alimentação suficiente e de qualidade, passando fome em múltiplas ocasiões”.

A PJ adiantou ainda que a vítima foi, também, em três momentos distintos, constrangida pelo homem, através da força física e de ameaças, à prática de relações sexuais não consentidas e sem qualquer tipo de proteção.

De acordo com esta polícia, os atos criminosos apenas cessaram no momento em que a vítima conseguiu, pela primeira vez, estar sozinha perante entidades de saúde públicas, que denunciaram o sucedido.

Os suspeitos foram presentes à autoridade judiciária competente para primeiro interrogatório judicial e ficaram sujeitos a medidas de coação não restritivas da liberdade.

Março 13, 2025 . 13:04

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