Os desafios e oportunidades da região de Viseu
Nos últimos meses, o Governo aprovou um conjunto de decisões e investimentos importantes para o futuro da região. Destacam-se a aprovação de uma resolução, no último Conselho de Ministros, de um investimento de 30 milhões de euros para a construção do Centro Ambulatório e Radioterapia e uma Central Térmica na Unidade Local de Saúde de Dão Lafões, além de 7 milhões para equipamentos de saúde.
No mesmo Conselho de Ministros foi também aprovado um Decreto-Lei que procede à integração dos municípios de Mangualde, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, São Pedro do Sul, Sátão, Vale de Cambra, Viseu e Vouzela no sistema multimunicipal de abastecimento de Águas do Douro e Paiva, SA.
Outro projeto relevante, para as próximas gerações e para o desenvolvimento económico e social da região, é a construção da nova Barragem de Fagilde, com um investimento de 30 milhões de euros, assegurando um abastecimento hídrico sustentável para a população. Também avançou a construção do novo edifício de Psiquiatria e Saúde Mental no Hospital São Teotónio, com um custo superior a 9,8 milhões de euros.
Na área das infraestruturas, a Infraestruturas de Portugal adjudicou à Ferrovial a requalificação do IP3 entre Santa Comba Dão e Viseu, num investimento de 103 milhões de euros. As ligações aéreas Bragança-Viseu-Portimão foram retomadas, as portagens na A25 e A24 foram abolidas, e a modernização da linha da Beira Alta foi concluída.
Apesar destes avanços, persistem desafios para consolidar o desenvolvimento regional. A falta de ligações ferroviárias tem sido um obstáculo ao desenvolvimento da região, a concretização da Linha Ferroviária Aveiro-Viseu-Salamanca e a ligação à linha da Beira Alta são essenciais. O reforço da rede rodoviária, como a duplicação do IP3 e a modernização de estradas nacionais entre concelhos, é determinante para reforçar a atratividade económica e facilitar o transporte de mercadorias e pessoas.
A conectividade digital e a cobertura das zonas brancas são fundamentais para garantir a igualdade de acesso a oportunidades, permitindo que as empresas, as escolas e os cidadãos beneficiem das vantagens da era digital. No setor económico, é crucial investir na inovação, economia digital, modernização dos parques industriais, centros tecnológicos, incubadora de empresas e na criação de incentivos para atrair empresas e gerar emprego qualificado.
O turismo e a cultura desempenham um papel essencial para a afirmação de Viseu como destino turístico e gastronómico, com iniciativas como a requalificação do centro histórico, a promoção da Rota do Vinho do Dão, a criação da cidade do vinho do dão, a dinamização do património, da rede de museus e eventos culturais e o desenvolvimento de novos polos e empreendimentos turísticos são fundamentais para fortalecer a imagem da cidade como um destino turístico de excelência e para manter a atratividade da cidade ao longo de todo o ano.
O ensino é um pilar fundamental para aumentar a competitividade da região, é prioritário investir na qualificação das novas gerações. O reforço do ensino superior é determinante para fixar talento jovem e impulsionar a economia local, através da evolução do Instituto Politécnico, da expansão da oferta formativa e do fortalecimento das parcerias com as empresas.
Para se afirmar como um dos principais motores do desenvolvimento do interior de Portugal, Viseu tem de aproveitar esta conjuntura favorável e apostar numa estratégia integrada para atrair investimento, trabalhadores, turistas e estudantes.
Viseu tem potencial para ser um exemplo de desenvolvimento sustentável e inovador, mas o sucesso dependerá da execução eficaz destes projetos e da mobilização do setor público e privado para uma estratégia de crescimento a longo prazo.