Decreto-lei: a gota de água que fez transbordar a paciência do Município de Mangualde

A aprovação antes do prazo proposto aos municípios para se pronunciarem sobre o projeto Decreto-Lei de alargamento do Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água do Sul do Grande Porto – Águas do Douro e Paiva, ao sistema de Fagilde, foi a “gota de água” que fez transbordar o copo em Mangualde.
Ontem, em conferência de imprensa, o presidente da câmara municipal, acompanhado pelo executivo, reafirmou a postura do município contra aquilo que considera “um negócio que algumas vozes com responsabilidades políticas na região têm alimentado para que o Sistema de Abastecimento de Água de Fagilde passe a ser gerido pelas Águas de Portugal, mais concretamente pelas Águas do Douro e Paiva”.
Considerando que se trata de “uma posição que se tem mantido coerente e muito clara, não só no espaço mediático, como também nos órgãos executivos e deliberativos da câmara”, Marco Almeida recorda alguns dos momentos mais importantes do processo.
Assim, em fevereiro de 2024, foi comunicado às Águas do Douro e Paiva que não havia interesse em manifestar a “pré-adesão ao seu sistema e em abril de 2024 foi manifestado à ERSAR um parecer desfavorável à adesão, no seguimento do Despacho nº 3312/2024, assinado pelo então sr. Ministro do Ambiente e Ação Climática, que viabilizava o alargamento das Águas do Douro e Paiva ao sistema de Fagilde”.
E quando se pergunta porquê, a resposta é clara: “A nossa água e as nossas infraestruturas devem ser geridas pelos municípios da região de Fagilde e o serviço prestado de qualidade à população deve ser ao preço mais baixo possível. A água da nossa região é um ativo que não está disponível para venda, nem para ser gerido por gabinetes sediados no Porto”.