
Queixa na GNR por alegada negligência médica no Hospital de Vila Real
Nuno Gomes disse à agência Lusa que foi hoje formalizar a queixa no posto da GNR de Moimenta da Beira, distrito de Viseu, a qual será, depois, reencaminhada para o Ministério Público (MP) de Vila Real.
O homem, que a 14 de outubro sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), disse ter estado “mais de 10 horas” à espera na urgência do Hospital de Vila Real até ser assistido.
Entretanto, contou que já apresentou uma queixa na ULS de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde o hospital de Vila Real está inserido, e que formalizou hoje a queixa contra o médico que o atendeu, a quem acusa de uma alegada negligência médica.
Contactada pela Lusa, a ULS garantiu que “foram cumpridas as boas práticas médicas no atendimento e na prestação de cuidados de saúde ao utente”, confirmou ter recebido a reclamação, à qual disse que será dado o devido seguidamente e que, depois, será dada resposta ao doente.
Após o AVC, do qual disse ter ficado com “sequelas graves e visíveis no corpo”, Nuno Gomes esteve internado 11 dias, esteve depois numa unidade de cuidados continuados, teve fisioterapia e terapia da fala.
No entanto, o doente considerou que, na urgência hospitalar, não foi “acompanhado como devia ser”, nem foi “atendido como devia ser” e que deveria ter sido logo encaminhado para a Via Verde do AVC.
“Tive um AVC e o médico que me assistiu nunca associou que fosse um AVC, mas que eu estava sob o efeito de substâncias ilícitas. Isso foi dito à minha esposa que me estava acompanhar e, por isso, decidimos fazer uma queixa contra o médico”, referiu.
Nuno Gomes contou que foi assistido depois da chegada de um outro médico e questionou se as sequelas não seriam menores se tivesse sido assistido mais depressa.
Devido precisamente a estas sequelas do AVC, o doente que trabalhava numa oficina de lavagem de automóveis ainda não pode regressar ao trabalho.
O caso foi noticiado hoje pelo jornal Correio da Manhã e, apesar de a situação já ter acontecido em outubro, Nuno Gomes disse que resolveu denunciar agora esta alegada negligência para que não se voltem a repetir casos idênticos a este, mostrando-se ainda revoltado por ter tido alta, na semana passada, das sessões de fisioterapia.
“Para me darem alta é porque consideram que eu nunca mais na vida vou ficar a 100% e eu acho que tinham que se esforçar para deixar uma pessoa em condições. O que é que eu faço mais da minha vida?”, questionou, lembrando que tinha 44 anos quando o caso aconteceu.