
Recolha e venda de roupa usada na ONG Humana aumentou em 2024
A organização Humana, de aproveitamento de roupa usada, recolheu no ano passado 3.835 toneladas de têxteis, um aumento de 23,5% em relação ao ano anterior e um novo máximo, segundo dados hoje divulgados.
Num balanço sobre a recolha têxtil em 2024, a Humana especifica que as quase quatro mil toneladas foram recebidas na rede de mais de mil contentores espalhados pelo país, em especial na Área Metropolitana de Lisboa.
Segundo um comunicado da organização, a venda de artigos atingiu 2,8 milhões de peças em segunda mão vendidas (secondhand) a mais de um milhão de clientes, o que representa um aumento de 12% em relação a 2023.
Diz ainda a Humana que os dados acompanham a tendência global confirmada pelos números divulgados pela organização internacional “Global Data”: em 2024, o mercado de vestuário em segunda mão cresceu 17,6% em todo o Mundo em relação ao ano anterior.
Citando um estudo, a Humana diz também que o mercado de segunda mão tem uma perspetiva de crescimento três vezes mais rápida do que a do mercado convencional, sobretudo a reboque dos mais jovens.
“Das toneladas doadas, 17% ficaram dentro da rede Humana, sendo triadas e posteriormente vendidas em loja e 83% tiveram como destino outros recicladores”, dos quais 28% foram triados e classificados dentro do espaço europeu, acrescenta o comunicado.
A Humana diz ainda que o número de contentores para recolha de têxteis em Portugal aumentou para 1.088 (um aumento de 4% em relação a 2023), resultado das “novas e renovadas parcerias” estabelecidas com municípios e entidades privadas.
Após abrir três novos espaços, a organização tem atualmente 23 lojas (em Lisboa e no Porto) no segmento família (que incluí têxtil-lar e roupa de criança) e “vintage”.
A organização explica no documento que tem a missão de dar uma segunda vida à roupa, com um objetivo solidário, e canaliza os lucros das vendas para programas de apoio local e de sensibilização para as questões ambientais envolvidas na produção e consumo têxtil, e projetos internacionais, operados por associações parceiras em Moçambique e Guiné-Bissau.
Trabalhando em Portugal desde 1998 a Humana, segundo o comunicado, é uma das organizações de referência na recolha e tratamento de têxtil usado no país. É reconhecida desde 2022 como instituição de utilidade pública.
Na pagina da associação na internet diz-se, citando a Federação Humana People to People (uma rede de 29 associações incluindo a portuguesa), que por cada quilo de roupa reutilizada se previne a emissão de cerca de 6,1 quilos de dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera,
As 3.835 toneladas de têxteis recolhidas em 2024 evitaram a emissão de 23.393 toneladas de CO2 para a atmosfera.