
GNR realizou 60 operações de proteção e socorro no Gerês entre 2024 e 2025
Militares do Posto de Busca e Resgate de Montanha da GNR realizaram 60 operações de proteção e socorro no Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG) em 2024 e 2025, tendo resgatado na quarta-feira seis pessoas perdidas num trilho em Montalegre.
Para esta última ocorrência, o alerta foi dado via número europeu de emergência – 112 – e mobilizou os militares da Unidade de Emergência e Proteção Civil (UEPS) da GNR, sediados na vila do Gerês, concelho de Terras de Bouro, e os bombeiros voluntários de Salto, no concelho de Montalegre.
Segundo referiu a Guarda, em comunicado, o grupo de pessoas, com idades compreendidas entre os 4 e os 65 anos, encontrava-se desorientado no trilho das Sete Lagoas, na freguesia de Cabril (Montalegre), tendo sido localizado na zona do Poço do Mouro, onde se perdeu ao tentar atravessar um curso de água no período noturno.
As equipas de socorro deram assistência às seis pessoas, assegurando a regulação da temperatura corporal, hidratação e alimentação, não tendo sido necessário proceder a assistência médica complementar, pelo que o grupo foi acompanhado até à viatura em que se deslocava.
O tenente-coronel João Fernandes, oficial de comunicação e relações públicas da UEPS, disse hoje à agência Lusa que os militares do Posto de Busca e Resgate de Montanha foram acionados para três ocorrências já este ano e para 57 operações de proteção e socorro em 2024.
O oficial especificou que estas operações incidiram em resgates, mas também no socorro a quedas por exemplo em lagoas e cascatas ou no apoio a incidentes com atividades de escalada.
Este posto do Gerês da Guarda está especialmente vocacionado para este tipo de tarefas e os seus militares atuam nos diversos concelhos que têm área no parque do Gerês.
“Nem sempre as pessoas vão devidamente preparadas, o final do dia e o anoitecer ajuda a que as pessoas se possam desorientar e a maior parte das ações têm sido nesta parte final do dia”, referiu João Fernandes, considerando que ainda há “um caminho a percorrer na sensibilização das pessoas para perceberem que também estes desportos na natureza ou as caminhadas “têm que ser preparadas”.
Por isso mesmo, a GNR destacou a importância de um planeamento adequado para atividades em ambientes naturais, recomendando que os praticantes considerem as condições meteorológicas, utilizem equipamento apropriado, como o calçado, impermeáveis, chapéus ou luvas, lanternas e pilhas de reserva, apito para serem mais facilmente detetados em caso de necessidade e um pequeno estojo de primeiros socorros, e que evitem deslocações noturnas, de forma a minimizar potenciais situações de risco.
“E, por regra, nunca irem sozinhos”, relançou o tenente-coronel João Fernandes.
Nos últimos anos verificou-se um aumento da prática destas atividades ligadas à natureza e, em consequência, da probabilidade deste tipo de ocorrência aumentar.
“Por outro lado, também no que é o antes e o depois do nosso posto, as ocorrências tenderam a diminuir”, referiu o militar, que considerou que, apesar do caminho longo a percorrer na consciencialização das pessoas, já há muitos outros que estão sensíveis e minimizam os riscos.