Viseu pode ficar sem transporte público urbano a partir de 1 de março

A Berrelhas anunciou esta manhã que não assegurará, a partir do dia 1 de março, a execução do serviço de transporte MUV, deixando assim o concelho sem transportes públicos.
Em comunicado, enviado às redações, refere que “viu-se forçada a tomar esta decisão atenta, por um lado, à absoluta impossibilidade de manter a exploração do serviço de transporte altamente deficitário e, por outro, considerando a impossibilidade técnica e financeira da aplicação da solução alternativa apresentada pela autoridade de transportes competente”, referindo-se ao ajuste direto, proposto pelo Município de Viseu, que prevê o pagamento de cerca de nove milhões de euros, durante dois anos, para que o serviço seja assegurado enquanto não se lança um novo concurso internacional para a concessão.
A empresa dá conta que o caderno de encargos prevê “a obrigação de realização por parte desta empresa de investimento superior a 500.000 euros no âmbito de contrato com duração nunca superior a dois anos” e “a impossibilidade de transição para a fase de execução contratual enquanto não se tiverem por verificadas as novas condições técnicas exigidas no caderno de encargos remetido”.
“Contrariamente ao definido, o convite dirigido a esta empresa determinaria a obrigação de manutenção da execução do serviço de transporte, por período de tempo não determinável, com a consequente manutenção da assunção do prejuízo mensal dai resultante”, refere a Berrelhas, defendendo que “não restou outra alternativa que não adotar a decisão anteriormente referida, sob pena de se ter por prejudicada a sua sustentabilidade económico-financeira”.
Segundo a empresa, no período compreendido entre 1 de janeiro de 2024 a 31 de janeiro de 2025 suportou o prejuízo total de 1.897.000 euros, “o qual não será objeto de qualquer ressarcimento”.
O Diário de Viseu contactou o Município de Viseu que remeteu para mais tarde uma reação a esta decisão da Berrelhas.