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Projeto luso-espanhol quer combater solidão indesejada das populações transfronteiriças

Projeto-piloto vai agora para o terreno com a missão de atuar junto da população “mais vulnerável e mais suscetível”

Enfrentar os desafios da solidão indesejada e prevenir os seus efeitos na saúde mental das populações rurais da fronteira luso-espanhola é o objetivo do projeto-piloto “Horizontes Partilhados”, apresentado, hoje, na Guarda.

A iniciativa é promovida pela Fundação INTRAS, de Valladolid (Espanha), com financiamento da Fundação La Caixa, e executado no Interior-Centro de Portugal pela ADM Estrela - Associação Social e Desenvolvimento, uma IPSS sediada na Guarda, tendo como parceiros os municípios de Almeida, Guarda, Manteigas, Pinhel e Sabugal.

A GNR, o Instituto Politécnico da Guarda e a Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, através da Unidade de Cuidados para a Comunidade, são outras instituições envolvidas.

“A ideia é construir uma rede de apoio forte e sustentável e de concentrar sinergias através das parcerias estabelecidas entre as entidades envolvidas, de forma a melhorar o bem-estar emocional e a qualidade de vida dos residentes nestas áreas”, disse à agência LusanSónia Marques, que está a coordenar o projeto.

Segundo a psicóloga da ADM Estrela, solidão indesejada “é quando nós não queremos estar sozinhos, mas os recursos que temos na comunidade não nos permitem interagir e então vamos ficando cada vez mais isolados do que se passa à nossa volta”.

A responsável adiantou que este problema acontece sobretudo nos meios rurais, “onde a escassez de serviços, a desertificação, o envelhecimento da população e o aumento da esperança de vida são fatores agravantes para as pessoas se sentirem cada vez mais sós”.

Este projeto-piloto vai agora para o terreno com a missão de atuar junto da população “mais vulnerável e mais suscetível”, idosos e não só, a ser afetada pela solidão indesejada.

Combater os impactos na saúde mental destas pessoas, rastrear os indivíduos em risco e realizar, paralelamente, programas socioculturais para envolver a comunidade no problema são outras medidas a levar a cabo até junho, ocasião para a qual está previsto o final do projeto.

“Temos seis meses para encontrar sinergias entre agentes do território, disseminar formas de atuar e partilhar alguns instrumentos de trabalho, nomeadamente os alertas precoces para identificar quem necessita de ajuda e proceder ao seu encaminhamento”, afirmou Sónia Marques.

O “Horizontes Partilhados” vai ser divulgado através de campanhas de sensibilização, folhetos informativos sobre boas práticas para combater a solidão indesejada, um seminário de psico-educação, atividades sociais e recreativas nos cinco municípios parceiros e intercâmbios intergeracionais.

“Queremos deixar a semente para que este trabalho comunitário possa ir para além deste projeto”, realça a responsável.

A Fundação La Caixa concedeu um apoio de 10 mil euros para a execução do projeto naqueles cinco concelhos do distrito da Guarda.

Fevereiro 25, 2025 . 11:19

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