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Roberta Flack morre aos 88 anos
A cantora norte-americana Roberta Flack, voz do clássico “Killing me softly with his song”, morreu hoje aos 88 anos.
“Estamos de coração partido porque a gloriosa Roberta Flack morreu hoje de manhã, 24 de fevereiro de 2025. Morreu em paz, rodeada pela família”, lê-se num comunicado divulgado pela porta-voz da cantora e pianista, Elaine Schock, citado por vários meios de comunicação social norte-americanos.
Na nota, recorda-se que Roberta Flack, que é considerada uma das maiores artistas de sempre da música soul e ‘r&b’,“quebrou barreiras e recordes” e “era também uma orgulhosa educadora”.
Embora a causa da morte da cantora não tenha sido divulgada, Roberta Flack tinha sido diagnosticada com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) em 2022.
Filha de músicos, Roberta Cleopatra Flack nasceu em 10 de fevereiro de 1937 em Black Mountain, no estado norte-americano da Carolina do Norte, e cresceu em Arlington, na Virgínia.
Aos nove anos começou a estudar piano e, com 15, conseguiu uma bolsa para a Universidade de Howard, com planos de prosseguir uma carreira na música clássica.
“A minha verdadeira ambição era ser pianista e tocar Schumann e Chopin – os românticos. Esses eram dos meus”, partilhou em 2021, numa entrevista à rádio NPR.
Desencorajada pelos professores a tentar fazer carreira no ‘mundo branco’ da música clássica, no final dos anos 1950 começou a dar aulas em escolas na Carolina do Norte e em Washington DC.
Paralelamente, atuava em bares, como pianista e cantora.
Roberta Flack editou o primeiro álbum “First take”, em 1969.
O disco inclui a canção “The first time I ever saw your face”, escrita por Ewan MacColl em 1957, escolhida por Clint Eastwood para a banda sonora do filme “Perversa paixão” (1971), o que trouxe uma popularidade repentina a Roberta Flack.
A música liderou a tabela da Billboard em 1972 e venceu o Grammy de Gravação do Ano.
No ano seguinte voltaria a liderar o top da Billboard e a vencer o Grammy de Gravação do Ano, mas desta vez com “Killing me softly with his song”, do álbum “Killing me softly”, tornando-se na primeira artista a receber o prémio em dois anos seguidos.
Em 1971 era nomeada vocalista do ano pela revista DownBeat, terminando com o ‘reinado’ de 18 nomeações de Ella Fitzgerald.
Nessa década teve outros temas de sucesso como “Feel Like Makin’ Love”, “Where is the love” e “The closer I get to you”, os dois últimos em dueto com Donny Hathaway, que morreu em 1979.
Nas décadas de 1980 e 1990, a carreira de Roberta Flack perdeu algum fulgor, embora tenha gravado dois duetos de sucesso: “Tonight, I celebrate my love”, com Peabo Bryson, e “Set the night to music”, com Maxi Priest.
No final da década de 1990, as atenções voltaram a recair em Roberta Flack, devido à versão que o trio de ‘hip-hop’ The Fugees fez de “Killing me softly with his song”.
A versão valeu ao grupo de Lauryn Hill, Wyclef Jean e Pras o Grammy de Melhor Performance 'r&b' por um grupo ou duo, em 1997.
Em 2012, a cantora e pianista editou o álbum “Let it be Roberta”, no qual canta versões de canções dos The Beatles
Nomeada catorze vezes para os Grammy, tendo vencido quatro, Roberta Flack recebeu em 2020 o gramofone dourado de Carreira.