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Identidade alimentar da região discutida em seminário

Auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão acolheu o seminário “Diz-me o que comes", que contou com a presença do secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira

Cinco parceiros estratégicos da região trabalharam em rede ao longo de dois anos no projeto “Identidade Alimentar Viseu Dão Lafões”. Envolvendo os 14 municípios da região, CIM Viseu Dão Lafões, ADD, ADRIMAG, ADDLAP e ADICES promoveram o semi­nário “Diz-me o que comes”, onde se refletiu sobre temas co­mo a educação alimentar, gestão alimentar mais identitária, desenvolvimento rural e oportunidade turística.
O evento teve lugar no auditório da ESTGV - Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu, reunindo representantes dos diversos municípios e entidades participantes e ainda estudiosos de diversas áreas relacionadas com a temática, tendo contado igualmente, na sessão de abertura, com a participação do secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira.
O membro do Governo vincou a importância da alimentação, “pela qualidade dos produtos que trazemos para a me­sa, a salvaguarda dos produtos que temos e que nos diferenciam, a sua valia para a saúde, mas, sobretudo, pelo que pode aportar em termos de desenvolvimento económico”.
Deixou rasgados elogios ao projeto, que permite “posicionar, referenciar e sobretudo definir uma linha condutora de atuação e intervenção”. No seu entender, essa intervenção terá de passar pelas cantinas escolares, através da literacia alimentar educativa, pela valorização dos produtos endógenos, escolhas alimentares sustentáveis, assentes da dieta mediterrânica, com menos pegada, e da promoção de uma gastronomia autêntica e regional.
Rui Ladeira sublinhou a pertinência do projeto na medida em que, além da sensibilização alimentar, permite também “alavancar a nossa diferenciação turística para criar ainda mais atratividade. É bom que nós, na nossa região, possamos conhecer o que nos diferencia e que aporte uma qualidade que é única no país”. Nessa temática, destacou produtos identitários como a vitela de Lafões, o cabrito do Caramulo, as trutas de Vila Nova de Paiva, os míscaros de Sátão e Aguiar da Beira, a doçaria regional, entre outros.
“É importante que consigamos que o lema “Do prado para o prato” seja implementado de uma forma muito eficaz, que matérias como a vinha, a agricultura, a criação de gado, a valorização dos produtos endógenos, sejam trabalhadas e aprofundadas, para garantir que há pessoas no território. Temos uma riqueza alimentar diversa de enorme qualidade e que devemos colocar na mesa todos os dias, porque é algo nosso, faz parte da nossa identidade”, reforçou o secretário de Estado.

Fundamental proteger produtos e produtores

Perante uma plateia que incluía os presidentes de câmara de Castro Daire, Penalva do Castelo, Carregal do Sal, Vila Nova de Paiva e Sátão, Rui Ladeira defendeu uma maior proteção aos produtores e aos produtos “que nos orgulham a todos e que herdámos das gerações anteriores”. A concluir, sustentou que é fulcral que eles sejam levados às gerações vindouras, “transmitindo-os de uma forma mais inovadora e identitária em termos culturais, mas sobretudo mais preparada para a qualida­de alimentar que todos necessitamos para a nossa saú­de e para o desenvolvimento dos territórios desta região”.
Ainda na sessão de abertura, Mara Almeida, vereadora do Município de Viseu, destacou que “a gastronomia não é apenas alimentação, é um ato de memória, de cultura e da nossa própria identidade e ao preservar e valorizar a nossa identida­de alimentar estamos certamente a salvaguardar e a proteger o nosso património”.
Sustentando que a gastronomia é uma alavanca para o turismo e um motor da economia local, realçou a iniciativa que o município tem levado a cabo todos os meses no Mercado de Produtores, no sentido de valorizar os ingredientes autênticos, apoiar os produtores locais e de tornar o espaço mais apelativo e dinâmico, aproximando consumidores e produtores.
“Abraçamos este projeto des­de o início como uma oportuni­dade de reforçar a nossa identidade, valorizar o património e de alavancar o nosso turismo. E valeu bem a pena este projeto em conjunto. A identidade de um povo afirma-se com iniciativa como esta”, concluiu.
O seminário, que aconteceu sexta-feira, contou ainda com degustações de produtos do território, almoço identitário e as atuações do grupo Vozes de Manhouce e de O Marta.

Fevereiro 24, 2025 . 20:24

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