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Património Cultural quer classificar sitio arqueológico do Prazo em Foz Côa
O Instituto do Património Cultural (IPC) abriu hoje procedimento para classificação de âmbito nacional da Estação Arqueológica do Prazo, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, segundo o anúncio publicado em Diário da República (DR).
“Sob proposta da CCDR do Norte e posterior informação favorável do Departamento dos Bens Culturais deste instituto, foi determinada a abertura do procedimento de classificação de âmbito nacional da Estação Arqueológica do Prazo, no Vale de São João, freguesia de Freixo de Numão, concelho de Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda”, lê-se no DR.
A publicação dá ainda conta de que o sítio [arqueológico] “em vias de classificação e os imóveis localizados na zona geral de proteção (50 metros contados a partir dos seus limites externos) ficam abrangidos pelas disposições legais em vigor”.
Em 21 de novembro de 2024, o município de Vila Nova de Foz Côa e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) propuseram ao Património Cultural a classificação do Sítio Arqueológico do Prazo, situado em Freixo de Numão.
Na altura a vereadora da Cultura da Câmara de Vila Nova de Foz Côa, Ana Filipe, disse que esta proposta tinha em vista “a proteção e conservação deste património histórico que começa na pré-história, atravessa o período romano e medieval até aos nossos dias”.
Ana Filipe acrescentava que esta candidatura conjunta, através da CCDR-N, ajudou a agilizar todo um processo que teve o seu início em julho do ano passado.
Segundo as entidades promotoras da candidatura, o Prazo é um complexo arqueológico composto de materialidades notáveis, testemunho da forma como diferentes grupos humanos se apropriaram e construíram esta paisagem, desde a época pré-histórica até à história recente.
Para a comissão regional, a salvaguarda e valorização deste sítio é um contributo relevante para a promoção patrimonial e cultural do Douro e de toda a região Norte.
De entre os vestígios conhecidos, diz a CCDR, destacam-se, pela sua monumentalidade, os vestígios da ‘villa’ romana (séculos I-IV d.C), a par da Basílica paleocristã e cemitério medievais (séculos IV-XIII).
Este local foi também a residência de diversas outras civilizações ao longo do tempo, como os vestígios pré-históricos dos períodos paleolítico, mesolítico e neolítico podem atestar.
Podem também ser vistos vestígios de 22 sepulturas, com ossadas de diferentes épocas, uma estela antropomórfica de grandes dimensões e um "Menir" que está assinalado.
Este local foi descoberto em meados do século XX durante o plantio de amendoeiras. A partir desse momento, o arqueólogo António Sá Coixão deu a esta estação arqueológica um novo impulso e foi alvo de intensa investigação durante os anos 80 e 90 do século passado e início do século XXI.
Segundo os arqueólogos que exploram este sítio, o que está descoberto é apenas um terço da área arqueológica do Prazo, havendo ainda muito para escavar e investigar para melhor se compreender a história deste “local enigmático”.