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Israel acusado de atrasar 2.ª fase do acordo de cessar-fogo
O movimento islamita palestiniano Hamas acusou hoje o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de procrastinar a segunda fase do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que entrou em vigor após 15 meses de guerra.
"Netanyahu está a adiar a segunda fase do acordo de cessar-fogo", disse o porta-voz Abdul Latif al-Qanou em comunicado, depois do Hamas ter devolvido os restos mortais de quatro reféns de Gaza a Israel no início do dia.
Uma frágil trégua entrou em vigor a 19 de janeiro na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023.
Desde o início da primeira fase do cessar-fogo, 19 reféns israelitas foram libertados em troca de mais de 1.100 prisioneiros palestinianos.
No total, 33 reféns israelitas detidos em Gaza devem ser libertados, contra mais de 1.900 palestinianos detidos por Israel durante esta primeira fase, que deverá terminar a 1 de março.
A devolução, na quinta-feira, de quatro restos mortais de reféns em Gaza é a primeira desde o início da trégua, durante a qual os reféns foram trocados todas as semanas por prisioneiros palestinos detidos por Israel.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, disse na terça-feira que as negociações sobre a segunda fase do cessar-fogo, destinada a permitir a libertação de todos os reféns detidos em Gaza e o fim definitivo da guerra, começariam "esta semana".
Um alto funcionário do Hamas, Taher al-Nounou, disse à AFP na quarta-feira que o Hamas estava preparado para libertar todos os reféns ainda detidos em Gaza numa única troca durante a segunda fase.
Após mais de 15 meses de guerra, que fizeram pelo menos 48.208 mortos e mais de 111.000 feridos, as partes em conflito alcançaram em meados de janeiro um acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor a 19 de janeiro.