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Construção de hospital privado gera discórdia na reunião de Câmara da Guarda

Hospital São Mateus Guarda implicará um investimento de 25 milhões de euros e que resultará na criação de 197 postos de trabalhos

A construção de um hospital privado na Guarda sofreu hoje um revés, depois de a oposição ter aprovado a retirada do resultado da hasta pública da venda do terreno da ordem do dia da reunião quinzenal do executivo.

O lote situa-se junto ao parque industrial e foi adquirido pela Embeiral Vida por cerca de 115 mil euros para construir o Hospital São Mateus Guarda, que implicará um investimento de 25 milhões de euros e que resultará na criação de 197 postos de trabalhos.

O assunto foi retirado da ordem de trabalhos após quase duas horas de discussão, que culminaram com a saída da sala dos três vereadores do PSD e da eleita do PS quando o presidente da Câmara convidou a entrar os investidores para apresentarem o projeto.

O problema não é o hospital. É o presidente da Câmara não ter respeitado o executivo e a oposição, ao recusar incluir na ordem de trabalhos a proposta do PS para que se anule a hasta pública”, justificou a socialista Adelaide Campos.

A vereadora lembrou que tinha aceitado retirar a sua proposta da reunião anterior para poder analisar o parecer jurídico entretanto divulgado pelo presidente do município, que governa com maioria relativa.

Não vindo hoje essa proposta, significa que o presidente não respeita as regras mais elementares da democracia”, criticou Adelaide Campos, que não abdicou da retirada da hasta pública da ordem de trabalhos.

O PS até está disponível para autorizar a cedência do terreno em causa, porque o hospital é um bem para a Guarda. O que não podemos é pactuar com jogos de interesses”, realçou.

A socialista foi a primeira a deixar a sala em protesto por considerar que a presença dos responsáveis da Embeiral Vida era “extemporânea”.

Também o PSD abandonou temporariamente a reunião - a oposição regressou quando foi retomada a ordem de trabalhos -, alegando não haver condições para votar o ponto em causa “por uma questão de transparência e por respeito ao direito da oposição”.

Chaves Monteiro recusou igualmente ouvir os investidores, declarando tratar-se de “uma situação inusitada e inoportuna nestas circunstâncias”, não sem antes exigir explicações à maioria liderada pelo independente Sérgio Costa.

A Câmara tem que fundamentar porque vendeu o terreno abaixo do preço do mercado, com um preço-base de licitação de 90 mil euros, quando aquele lote vale atualmente 700 mil euros”, disse.

Chaves Monteiro considerou ainda que “não é uma hasta pública séria, pois o segundo concorrente foi ‘pau de cabeleira’: só apresentou uma declaração de intenção e nada mais”.

Às críticas da oposição, Sérgio Costa respondeu que a retirada do ponto em causa “é ilegal, tal como a anulação da hasta pública, pedida pelo PS, uma vez que o procedimento foi limpinho, transparente e legal”.

O autarca ainda apelou aos vereadores do PSD e PS para que aprovassem o ponto contestado e ouvissem os promotores, mas sem efeito.

No final, em declarações aos jornalistas, Sérgio Costa considerou que este desfecho “é um golpe palaciano para que o executivo não leve avante este projeto”.

É oposição à Guarda e ao seu desenvolvimento”, disse.

Admitiu também recear que a empresa possa desistir do projeto: “Qualquer empresário pensará duas vezes antes de vir para a Guarda face ao que se passou hoje”, lamentou.

Coube a Nuno Barroso, diretor geral da Embeiral Vida, apresentar o hospital projetado para a Guarda. O responsável não escondeu o “desconforto” perante as divergências no seio do executivo.

Pensávamos que o nosso projeto era agregador, tenho pena de me deparar com isto”, disse, antes de iniciar a apresentação de um projeto que contempla 30 camas, dois blocos operatórios, Imagiografia até à ressonância, consulta externa e urgências 24 horas por dia.

A nossa expectativa é a de abrir Hospital São Mateus Guarda em 2027”, apontou Nuno Barroso.

 

Fevereiro 20, 2025 . 16:25

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