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Paulo Rangel diz que Conferência de Munique servirá para debater Ucrânia, Gaza e NATO

60 chefes de Estado e de Governo reúnem-se a partir de sexta-feira na Conferência

O ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou hoje que a Conferência de Segurança de Munique, entre sexta-feira e domingo, em que participará, servirá para “troca de informação” sobre os conflitos no Médio Oriente e Ucrânia e o papel da NATO.

A importância da Conferência de Munique é essencialmente para uma troca de impressões (…). Aí vamos poder aferir essencialmente três vetores da atual política internacional”, adiantou à Lusa Paulo Rangel, que representará Portugal neste encontro de alto nível.

Os “novos desenvolvimentos” da situação na Ucrânia, com conversações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com os homólogos russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, “obviamente terão que ser digeridos até lá e com certeza lá serão muito, muito, muito relevantes”.

Por outro lado, sublinhou, a questão do Médio Oriente também “dominará muitas conversas” e irá “fervilhar desde o início”, tendo em conta que “a data crítica para a questão de cessar-fogo [em Gaza] é sábado, em plena conferência”.

Depois, o terceiro vetor é muito importante, o novo papel e lugar da NATO, no quadro das visões da nova administração norte-americana”, destacou.

O encontro, acrescentou Paulo Rangel, não servirá tanto para “produzir uma posição” por parte do Estado português, mas “para trocar impressões, para preparar posições e negociações no quadro da União Europeia, da NATO e das Nações Unidas”.

Nestes debates poder-se-á “compreender quais são as dinâmicas internacionais em termos de segurança, de defesa e de paz nestes dois conceitos principais, o Médio Oriente e a Ucrânia, mas também sobre a nova ordem internacional em termos de segurança, onde obviamente, o papel da NATO tem de ser devidamente integrado”.

Cerca de 60 chefes de Estado e de Governo reúnem-se a partir de sexta-feira na Conferência de Segurança de Munique, conhecida pela sigla em inglês MSC.

A conferência, que decorre até domingo, reúne todos os anos a elite geopolítica mundial na capital da Baviera, no sudeste da Alemanha.

A reunião deste ano realiza-se num contexto particularmente agitado, logo após a posse da administração de Donald Trump nos Estados Unidos e da nova Comissão Europeia.

Decorre ainda numa altura de tensão entre Israel e o Hamas, com a ameaça do fim do cessar-fogo, e no contexto da proposta de Trump de transformar Gaza numa “Riviera do Médio Oriente”, mas sem os palestinianos.

Uma das expectativas da reunião é a possibilidade de se conhecer um plano de paz dos Estados Unidos da América (EUA) para a Ucrânia, apesar da ausência de representantes da Rússia, que não foram convidados.

O debate nos três dias da MSC, em que participam também mais de uma centena de ministros, tem por base o documento “Multipolarização”, preparado por um grupo de peritos.

O relatório mostra um mundo polarizado e cheio de incertezas, com um grande número de atores com capacidade para influenciar os assuntos globais e com o liberalismo político e económico a ser posto em causa em muitas partes do mundo.

 

Fevereiro 13, 2025 . 12:41

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