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Bracejo de Sortelha vai ser certificado
O bracejo de Sortelha já é um Produto Artesanal Tradicional, uma certificação que vai contribuir para “valorizar e potenciar” a arte ancestral de trabalhar esta planta abundante naquela zona do concelho do Sabugal, distrito da Guarda.
A certificação e inscrição do Bracejo de Sortelha – Sabugal no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas foi requerida pelo município, que apresentou o respetivo caderno de especificações técnicas e procedeu ainda ao registo de indicação geográfica junto do Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
A principal característica distintiva do bracejo de Sortelha é o recurso à técnica da espiral cosida, desenvolvida há décadas naquela Aldeia Histórica, em que, com a ajuda de uma agulha e de ráfia, são tecidos objetos de uso doméstico e decorativo, como esteiras, cestas, bases e vassouras, entre outros.
O bracejo pode também dar origem a “peças mais robustas, como pequenos móveis”, refere o autarca.
“O nosso objetivo é evitar que esta arte desapareça e se percam as suas características únicas. A certificação vai permitir valorizar o bracejo, atrair mais pessoas para trabalhar neste produto artesanal e introduzir alguma inovação”, espera Vítor Proença.
“Neste momento há três artesãos, já com alguma idade, a trabalhar o bracejo em Sortelha, onde é nossa intenção abrir um atelier para que eles possam trabalhar ao vivo, para os turistas e para servir de incentivo aos jovens, porque é preciso dar continuidade a esta tradição”, considera o edil sabugalense.
Atualmente, a Câmara do Sabugal inclui peças em bracejo nas suas ofertas institucionais, mas no passado tinham “muitas finalidades no dia-a-dia”.
Segundo o autarca sabugalense, a certificação também permitirá “avançar para uma produção mais industrial, de peças de mobiliário em bracejo, mais trabalhadas”.
O processo teve origem no projeto Entrelaços, levado a cabo há 10 anos, em parceria com as Aldeias Históricas e o grupo Natura, por ocasião da abertura do Hotel Termal do Cró, na freguesia da Rapoula do Côa.
“Os artesãos fizeram peças em bracejo para a decoração do hotel, em colaboração com um arquiteto. O projeto terminou com a abertura daquela unidade hoteleira, mas teve continuidade em Sortelha com alguns desses artesãos a nível particular”, lembra Vítor Proença.
Mais recentemente o município desafiou a Associação de Desenvolvimento do Sabugal para certificar este trabalho artesanal que recorre a fibras vegetais.