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Ministro rejeita preferência por qualquer consórcio para alta velocidade
O ministro das Infraestruturas rejeitou hoje, no parlamento, ter preferência por qualquer consórcio concorrente à alta velocidade ferroviária, mas disse ficar “profundamente preocupado” com concursos públicos que têm apenas um concorrente.
“Fico profundamente preocupado com concursos públicos que só têm um concorrente”, afirmou o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, em audição no parlamento, rejeitando “qualquer tipo de preferência entre o consórcio A ou o consórcio B”.
O governante respondia a questões do deputado socialista José Carlos Barbosa, que perguntou se o Governo foi pressionado pela Brisa e pela Vinci para alterar o modelo de concurso para a alta velocidade Lisboa-Madrid, ou pelos presidentes dos grupos Brisa e Vinci, António Pires de Lima e José Luís Arnaut.
Em causa está a notícia avançada pelo Negócios, no final de janeiro, a dar conta de que o Governo pretende alterar o modelo de contratação da ligação entre Lisboa e Madrid para incluir também a gestão e operação da linha, e não apenas a conceção e construção, para atrair outro tipo de candidatos ao projeto, como a Brisa ou o grupo Vinci.
O deputado socialista perguntou ainda se Miguel Pinto Luz tem algum problema com as empresas do consórcio Lusolav, liderado pela Mota-Engil, que apresentou a única proposta ao troço entre Oiã (distrito de Aveiro) e Soure (distrito de Coimbra).
O Negócios avançou na terça-feira que o júri do concurso concluiu, no relatório preliminar, que da LusoLav não cumpre o caderno de encargos e recomendou a sua exclusão.
Em causa está a proposta de adaptação da estação de Coimbra às necessidades da Alta Velocidade, que não respeitará na íntegra a solução técnica desenhada pela Infraestruturas de Portugal (IP).
A Lusa questionou a IP, mas não obteve resposta até ao momento, e a Mota- Engil recusou fazer comentários sobre esta alegada exclusão do concurso pelo júri.
Estas questões causaram um momento tenso na audição, com o ministro a considerar que o deputado devia ter “vergonha na cara”.
Na sua última intervenção na audição regimental, Miguel Pinto Luz considerou que o seu bom nome tinha sido atacado de “forma vil” e vincou que “o único interesse que defende é o interesse público”.