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Detido jovem que criou modelo de inteligência artificial para cibercrime
A Polícia Judiciária deteve um jovem de 22 anos, indiciado pela criação de ferramentas informáticas de inteligência artificial com objetivos ilícitos e que está esta tarde a ser ouvido em tribunal para aplicação de medidas de coação.
A operação ‘Neural Kill Switch’, da responsabilidade da Unidade Nacional de Cibercrime e Criminalidade Tecnológica, levou hoje à detenção no norte do país do jovem “responsável pelo desenvolvimento de um modelo de Inteligência Artificial (IA), denominado “WormGPT”, e que estaria a ser comercializado em fóruns de ‘hacking’ para atividades ilícitas”, explicou a Polícia Judiciária (PJ) em comunicado.
Segundo a PJ, foi apreendida no decurso da operação “toda a estrutura informática base do sistema, bem como documentos e outras informações pertinentes para a investigação”.
O suspeito está desde a tarde de hoje a ser ouvido em primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal do Porto.
O ‘WormGPT’ utiliza “um modelo de linguagem análogo ao do ‘ChatGPT’, mas sem as limitações do original e com funcionalidades adicionais”, explicou a PJ sobre a ferramenta lançada no início de 2023, “cedendo aos seus utilizadores formas de automatizar atividades maliciosas e facilitando o acesso a essas soluções como forma de diminuir a barreira de entrada no mundo do cibercrime”.
A ferramenta, acrescenta ainda o comunicado da PJ, podia ser adquirido em fóruns de cibercriminosos “e permitia aos criminosos, mesmo com pouco conhecimento técnico, criar guiões para enganar pessoas, desenvolver vírus e outro tipo de ‘software’ malicioso (‘malware’) de forma quase instantânea e, assim, desenvolver elaboradas fraudes financeiras, ciberataques, espionagem corporativa e até campanhas de desinformação direcionadas”.
O Ministério Público (MP) adiantou entretanto, numa nota na sua página oficial, que o inquérito se encontra em segredo de justiça e é tutelado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), estando em investigação “factos suscetíveis de integrar a prática de crimes de sabotagem informática”.
Segundo o MP realizaram-se hoje buscas domiciliárias e não domiciliárias.
O detido é suspeito de ter produzido “três programas informáticos destinados a perturbar o funcionamento de um sistema informático e passíveis de utilização para a prática de ataques e delitos cibernáuticos. Mais se indicia que o arguido publicitou os referidos programas, dando a conhecer as suas características e aptidões, e disponibilizou-os para utilização por terceiros, mediante pagamento ou de forma gratuita”, refere a nota do MP.