“A nossa feira deixou de ser regional e hoje está entre os eventos nacionais”

Esta será a sua última feira do queijo como presidente. Por esse motivo, será uma feira especial ou decorrerá nos mesmos moldes dos anos anteriores?
Eu fui preparando e melhorando este certame ao longo dos anos, porque quem conheceu a feira do queijo até 2013 e traça comparações com aquilo que a feira é hoje nota uma grande diferença. Mas o programa é sensivelmente igual ao de outros anos, até em termos de orçamento. Vamos ter animação musical, produtos endógenos, o programa televisivo no domingo, tal como nas anteriores edições. Quando chegámos à câma­ra, a feira realizava-se na parte da manhã no dia da feira semanal, sexta-feira, em que era oferecido um almoço a todos os presentes e estava feito. Nós alterámos para dois dias, para o fim de semana, começámos a ter cobertura televisiva do evento, houve anos em que fomos disputados pelos três canais televisivos, RTP, TVI e SIC, e este ano temos este último, que faz a cobertura deste géne­ro de eventos. Penalva do Castelo foi privilegiado em relação a outros concelhos, tivemos sempre a televisão disponível, enquanto que há concelhos que querem lá a televisão e não a têm, porque os canais entendem que o evento não tem dimensão ou qualidade que justifique a sua presença, e nós tivemos sempre. Isto demonstra a vitalidade do even­to, porque nós colocámos esta feira nos eventos nacionais, deixando de ser apenas regional, tornando mais conhecido o nosso concelho através das fei­ras do queijo e da Maçã Bravo de Esmolfe. Foi através destes eventos que hoje muita gente fala do nosso concelho. Até aí, era desconhecido.

O facto de ser a primeira feira de um ciclo de oito feiras do queijo Serra da Estrela acarreta maior responsabilidade para Penalva do Castelo?
Dá uma maior responsabilidade, mas sabemos que arriscamos aquilo que outros concelhos não arriscam, porque a probabilidade de termos um dia de chuva ou de frio no segundo fim de semana de fevereiro é muito maior do que se for em março ou abril. Mas Penalva do Castelo quis sempre ser a primeira feira, aliás, quer sempre sempre o primeiro em tudo. Daí o nosso desafio, vivemos de desafios e nunca tivemos medo de aceitar este de sermos os primeiros a fazer a feira do queijo. Para isso contamos também com a boa vontade dos produtores de queijo, porque quando lhes disse que gostaria muito que o nosso concelho abrisse os certames eles aderiram e todos os anos quando reúno com eles falamos sempre no mesmo assunto, é importante sermos os primeiros. Naturalmente que estão todos ávidos de vir a uma feira do queijo, porque o público está muitos meses sem um certame do género. Se fossemos a segunda ou a terceira, já não teríamos o mesmo impacto. Quem decidiu o calendário da feira do queijo foi este executivo, falámos com os outros concelhos que têm a mesma feira e tentámos desde logo organizar tudo para sermos os anfitriões da primeira feira do ciclo.