Isenção de portagens “é bom para o Interior”
O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, defende que a isenção de portagens nas autoestradas A23 - Beira Interior, A24 - Interior Norte e A25 - Beiras Litoral e Alta, que entrou em vigor no dia 1 de janeiro, “é bom para o Interior”, no entanto, lembra que “vamos pagar de outra maneira”.
A proposta que “elimina as taxas de portagem nos lanços e sublanços das autoestradas do interior e em vias onde não existam alternativas que permitam um uso com qualidade e segurança” foi apresentada pelo PS e aprovada com os votos favoráveis do PS, Chega, BE, PCP, Livre e PAN, com a abstenção da IL e os votos contra do PSD e CDS-PP.
Fernando Ruas considera a medida “importante para a economia”, mas lembrou que a abolição das portagens “já poderia ter sido feita”.
Recorde-se que, durante a discussão da proposta, os socialistas foram acusados de “hipocrisia” e de “incoerência”, uma vez que, em fevereiro de 2023, o parlamento, na altura de maioria socialista, chumbou, com votos contra do PS, diplomas do PSD, Chega e PCP para reduzir ou eliminar o pagamento de portagens nas antigas SCUT.
A Plataforma P'la Reposição das SCUT na A23 e A25, que tem desenvolvido ações persistentes pela eliminação das portagens nestas vias, considerou que o fim das portagens “faz justiça à população e às empresas do interior do país”.
Opinião contrária têm entidades como a Associação Portuguesa das Sociedades Concessionárias de Autoestradas ou Pontes com Portagens (APCAP), a Associação Portuguesa de Contribuintes (APC) e Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias (APEF), que criticaram o fim das portagens nestas vias.
A APCAP e a APC salientaram que o fim destas portagens irá transferir os custos de construção e manutenção das infraestruturas dos utilizadores para os contribuintes em geral, enquanto a APEF considerou que a decisão penaliza a ferrovia, pelo que exigiu medidas equitativas.
“Vamos ver o impacto que a medida vai ter”, sublinhou Fernando Ruas.