Tarouca aprova orçamento de 26,2 milhões de euros para 2025
A Câmara de Tarouca aprovou, com abstenção da oposição, um orçamento de 26,2 milhões de euros (ME) para 2025, ano em que será iniciada a construção de um centro cultural, disse hoje o vice-presidente da Câmara.
“O orçamento é na ordem dos 26,2 ME, mais dois [milhões] do que no ano anterior. Um aumento que se deve, essencialmente, ao aumento das transferências do Estado, mas, acima de tudo ao quadro de investimentos prioritários, o Portugal 2030”, disse à agência Lusa José Damião Melo.
O vice-presidente de Valdemar Pereira, eleito pelo Partido Social Democrata (PSD) nos últimos três mandatos, salientou que a obra “maior e mais emblemática” para 2025 será a “construção de raiz de um centro cultural”.
“Temos um conjunto de pequenos eventos na área da cultura com exposições e espetáculos e não temos um espaço coberto para os fazer, o que nos deixa uma programação mais pobre no inverno”, justificou.
O novo centro cultural “vai alavancar os eventos para outro tipo de projeção, que deixarão de ser tão locais para se tornarem regionais ou mesmo nacionais” e envolverá um “investimento de 3 ME num terreno de quase sete hectares no centro da cidade” de Tarouca (distrito de Viseu), adiantou à agência Lusa José Damião Melo.
Além desta obra, o autarca destacou aquela que “deve ser a grande preocupação dos autarcas, como é a eficiência energética” e, nesse sentido, Tarouca vai investir “500 mil euros em todos os edifícios municipais”.
“São valores consideráveis para a nossa dimensão. E quando digo edifícios públicos, digo as nossas escolas, o nosso auditório municipal, o complexo desportivo e ainda o pavilhão da escola sede”, descreveu.
Outro tanto (500 mil euros), “para o ciclo urbano da água, para garantir um aumento de reservatório de água, porque quando há um consumo maior, não há um reservatório suficiente para dar continuidade ao abastecimento”.
Ainda na área ambiental, José Damião Melo indicou “um foco também grande na área dos resíduos, com a implementação e alargamento de um sistema de recolha seletiva porta a porta aos munícipes”.
Na área do Desporto, “essencial para o executivo” tarouquense, o orçamento destina cerca de 400 mil euros para “a refuncionalização de alguns espaços desportivos, porque a maior parte do tempo estão sem ninguém, porque as aldeias não têm assim tantos jovens”.
“Nós temos 10 polidesportivos e vamos direcioná-los, ou seja, vamos ter dois só para a prática de futebol, um para ténis, outro para aeromodelismo, e ainda para voleibol de praia, um para basquetebol e padel, com isto, obrigamos os jovens, que estão maioritariamente concentrados na cidade, a deslocarem-se pelo concelho”, defendeu.
Na área da Saúde, o Município tem “cerca de 100 mil euros para a reabilitação e algumas obras de melhoria da unidade local de saúde” e, nas escolas, haverá também “algumas intervenções na área da conservação” dos edifícios.
José Damião Melo disse ainda que “não há cobrança de Derrama” e os restantes impostos “continuam no mais baixo” permitido por lei, com exceção para o IRS que o Município “retém 5% e assim continuará até 2027”, por causa do plano financeiro, “assinado em 2010”, em resultado do “desequilíbrio financeiro existente, com excesso de endividamento”.
A oposição, dois vereadores não executivos, eleitos pelo Movimento de Cidadãos Amar Tarouca, abstiveram-se na votação do porque “o executivo municipal não tem ambição nem políticas atrativas para fixar pessoas” em Tarouca.
“São cada vez mais as pessoas que têm de emigrar e depois há todo um conjunto de circunstâncias que existem por não se ficarem as pessoas, isto, por causa desta visão atrofiada para o concelho”, disse à agência Lusa José Amaro Nunes.