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Metade dos projetos de Artes Visuais sem apoio por falta de verba

15 estruturas artísticas irão receber financiamento na área das Artes Visuais

Metade das candidaturas admitidas no concurso de Artes Visuais do Programa de Apoio Sustentado 2025-26 da DGArtes não será apoiada por ter sido esgotado o montante disponível, de 3,6 milhões de euros, embora reúnam condições para receberem apoio.

De acordo com a decisão final do concurso, disponível no ‘site’ oficial da Direção-Geral das Artes (DGArtes), 15 estruturas artísticas irão receber financiamento na área das Artes Visuais, das 30 candidaturas admitidas a concurso.

As restantes não receberão apoio, “em virtude de ter sido esgotado o montante global disponível”, ainda que o valor - 3,6 milhões de euros, a repartir por dois anos - represente um aumento de 131% em relação ao ciclo anterior (2023-24).

Para receberam apoio, as candidaturas têm de obter uma pontuação acima dos 60%. As 15 candidaturas não apoiadas tiveram pontuações finais entre os 69,75% e os 79,13%.

Os resultados finais do concurso na área das Artes Visuais confirmam os resultados provisórios, divulgados em 18 de novembro pela DGArtes, e aos quais se seguiu um período de audiência de interessados.

Entre as entidades que irão receber apoio estão a Fundação Bienal de Arte de Cerveira, a Appleton – Associação Cultural, a P28, a Associação Cultural Zaratan, a Associação Alfaia e a PADA Associação Cultural.

No caso do concurso de Programação do Programa de Apoio Sustentado 2025-26 foram 16 as candidaturas não apoiadas “em virtude de ter sido esgotado o montante global disponível”, todas com pontuação acima de 60%, num total de 46 que tinham sido admitidas.

As pontuações finais das 16 candidaturas não apoiadas variam entre os 60,33% e os 73,75%.

O montante financeiro global disponível neste concurso de 9,24 milhões de euros, a repartir por dois anos, será repartido entre 30 candidaturas. Este valor representa um aumento de 75% em relação ao ciclo anterior (2023/2024).

Os resultados finais do concurso de Programação confirmam os resultados provisórios, divulgados em 25 de novembro pela DGArtes, e aos quais se seguiu um período de audiência de interessados.

Entre as entidades apoiadas estão a Boca Associação Cultural, a Lavrar o Mar, o Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, a Associação Porta-Jazz, a Associação Sons da Lusofonia, o Teatro da Didascália, a Associação Musical Sinfonieta de Braga, a Mãozorra Associação Cultural e o Orfeão de Leiria.

No caso do concurso de Música e Ópera são 19 as candidaturas apoiadas, num total de 36 admitidas a concurso. O montante financeiro global disponível neste concurso é de 4,92 milhões de euros, a repartir por dois anos, valor que representa um aumento de 41% em relação ao ciclo anterior (2023/2024).

Do montante global, 3,72 milhões de euros são para a área da Música e irão ser repartidos por 16 candidaturas.

Das 32 admitidas a concurso nesta área, três não serão apoiadas “em virtude de ter sido esgotado o montante global disponível”. No caso de 10 foram aplicados os critérios que estabelecem que “nenhuma região pode absorver mais de 40% do montante global anual disponíveis”. As outras três tiveram pontuação abaixo dos 60%.

As pontuações finais das 13 candidaturas não apoiadas, mas que reuniam condições para isso, variam entre os 54,63% e os 84,09%.

Entre as entidades apoiadas na área da Música estão a Orquestra Filarmónica Portuguesa, a Associação Cultural Os Músicos do Tejo, o Drumming Grupo de Percussão, a Orquestra Sem Fronteiras, a Associação Cultural Museu da Música de Coimbra, a Academia de Amadores de Música, a Ritornello – Associação Cultural, a Associação de Bandolins da Madeira e a Match Attack.

Na área da Ópera, são apoiadas três candidaturas com 1,2 milhões de euros, das quatro admitidas a concurso.

Houve uma candidatura não apoiada, “em virtude de ter sido esgotado o montante global disponível”, embora tenha conseguido uma pontuação final de 80,75%.

As entidades apoiadas na área da Ópera são a Harmonyrails - Associação Cultural, a Companhia de Ópera do Castelo e a Associação Setúbal Voz.

Os concursos do Programa de Apoio Sustentado, na modalidade bienal, abriram em maio e encerraram em julho, com um valor global de 35,6 milhões de euros.

Este programa soma seis concursos, nas áreas do Teatro, Cruzamento Disciplinar, Artes de Rua e Circo, Artes Visuais, Dança, Música e Ópera e Projetos de Programação, para projetos a concretizar de 01 de janeiro de 2025 a 31 de dezembro de 2026.

No início do mês ficou a saber-se que seis das 18 candidaturas admitidas no concurso de Dança não iriam receber apoio por ter sido esgotado o montante disponível, de 3,36 milhões de euros, embora tenham pontuação acima de 60%.

O setor tem alertado para o subfinanciamento dos apoios da DGArtes, tendo o último ciclo de apoios sustentados gerado bastante contestação.

Quando abriram as candidaturas em maio 2022, os seis concursos do Programa de Apoio Sustentado 2023/2026 tinham alocado um montante global de 81,3 milhões de euros.

Em setembro do mesmo ano, o então ministro da Cultura anunciou que esse valor aumentaria para 148 milhões de euros. No entanto, o reforço abrangeu apenas a modalidade quadrienal dos concursos e não a bienal, tendo ficado de fora dos apoios dezenas de estruturas.

Os resultados foram muito contestados por várias associações representativas do setor da Cultura, dando origem a vários apelos ao ministro Pedro Adão e Silva, a abaixo-assinados e a uma manifestação em frente ao parlamento.

Em março deste ano, ainda com Pedro Adão e Silva à frente do Ministério da Cultura, foi anunciado que os concursos de apoio sustentado às artes, na modalidade bienal (2025-2026), teriam um montante global de 35,6 milhões de euros, o que representa um reforço de cerca de 15 milhões de euros em relação ao ciclo anterior.

Os concursos do ciclo 2023-2024 tiveram uma dotação total de 20,5 milhões de euros.

Dezembro 26, 2024 . 17:38

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