Ativistas pela Palestina pintam e partem vidros de bancos em Lisboa e Almada
Um grupo de ativistas pintou de vermelho e partiu os vidros de sucursais de instituições bancárias em Lisboa e em Almada, que acusam de financiar empresas de armamento com ligações ao genocídio na Palestina.
Num email enviado para a Lusa, o Coletivo pela Libertação da Palestina divulga fotografias e vídeos da noite em que várias pessoas pintaram e partiram os vidros de sucursais de três bancos: o BBVA, BPI e Santander.
A PSP de Lisboa adiantou à Lusa que as instalações do BBVA na Avenida Almirante Reis, em Lisboa, foram vandalizadas esta madrugada.
Em comunicado, o Coletivo pela Libertação da Palestina e o Palestine Action mostram-se solidários com as ações e “incentivam a que mais gente se rebele contra as empresas cúmplices com o projeto colonial sionista”.
Os ativistas acusam as três instituições bancárias de terem financiado, entre 2011 e 2024, “empresas de armamento que produziram bombas mísseis aeronaves, artilharia e veículos terrestres usados não só em Gaza, mas também na Cisjordânia e no Líbano”.
A informação tem por base o relatório do Centro Delàs de Estudos para a Paz, intitulado “A Banca Armada e a sua corresponsabilidade pelo genocídio em Gaza. O financiamento das empresas que fabricam as armas utilizadas nos massacres contra a população palestiniana”.
No relatório, publicado recentemente e disponível no ‘site’ da organização, os investigadores concluem que entre os grandes financiadores estão bancos espanhóis como a BBVA, Santander e o Caixabank, dono do BPI.
“No total, estes três bancos investiram mais de 3,7 mil milhões de euros nestas empresas de armamento através de empréstimos, créditos recorrentes, subscrição de obrigações”, lê-se no email enviado pelo Coletivo pela Libertação da Palestina.
O relatório apresenta vários exemplos de como, onde e quando o exército israelita usou estas armas: As bombas guiadas fabricadas pela Boing e General Dynamics, usadas em Gaza, em outubro de 2023, que mataram 105 pessoas, entre as quais 47 crianças ou o ataque em Al-Mawasi, designada uma zona segura, em julho de 2024, que provocou a morte a 92 pessoas e fizeram mais de 300 feridos são alguns dos exemplos.
“A luta por uma Palestina livre é também uma luta contra as instituições que lucram com a máquina de guerra capitalista. Enquanto estes bancos não desinvestirem de empresas de armamento, a resistência não parará. Fim à cumplicidade, fim ao capitalismo genocida, por uma Palestina livre”, criticam os ativistas, defendendo que “é preciso escalar a resistência”.