“O Bosque” leva a palco memórias coletivas que se querem preservar
“Os lugares, os seus habitantes, as casas, habitadas ou em ruína, e um percurso pelas histórias que dão sentido e alma à memória comum”. É este o fio condutor da mais recente criação do Trigo Limpo Teatro ACERT.
“O Bosque”, com encenação e dramaturgia de Ilda Teixeira e texto de Rui Macário Ribeiro, estreia na sexta-feira, às 19h30, no Auditório Carla Torres.
A peça conta com as interpretações de Sandra Santos, Pedro Sousa e Ricardo Augusto, este último também responsável pela música. A assitência de encenação é de Paulo Neto e a cenografia da responsabilidade de Adriana Ventura, Pompeu José e ZéTavares.
Definida como “uma viagem poética e teatral que parte das memórias vivas da antiga zona central de Tondela para construir uma narrativa universal sobre a interdependência das pessoas e das suas histórias”, a peça traça uma analogia entre comunidade e bosque, partindo do princípio que cada pessoa é potencialmente semente de longe e raiz que se ancora em terra firme.
Ilda Teixeira revelou que a ideia surgiu em dezembro do ano passado, quando verificou que a zona mais antiga de Tondela estava a ficar abandonada e em ruínas, pelo facto de o centro da cidade ter passado para outro lado.
“Sei que isto acontece noutras cidades e é um problema que as autarquia podiam resolver com projetos de requalificação e de regeneração. Este foi o motor para criar este espetáculo. Falei então com o Rui Macário, que já tem essa experiência, nomeadamente com o Museu do Falso, referindo que gostava de fazer um trabalho sobre as memórias de Tondela e as suas pessoas”, explicou.