Guarda projeta investir 47 milhões de euros para transformar cidade e freguesias
A Câmara da Guarda projeta investir 47 milhões de euros nos próximos anos para transformar a cidade e as freguesias, anunciou hoje o presidente do município, Sérgio Costa, na sessão solene dos 825 anos da cidade.
“É o maior plano de investimentos dos últimos 20 anos no concelho para transformar a Guarda numa referência de qualidade de vida, progresso económico e sustentabilidade”, afirmou o autarca independente, no seu discurso.
A construção da Alameda dos F’s é o projeto de maior envergadura e representa um investimento de 12 milhões de euros para ligar o centro da cidade à Via de Cintura Externa da Guarda (VICEG).
A requalificação das Avenidas de São Miguel e Francisco Sá Carneiro, num investimento conjunto de 4,5 milhões de euros, e a construção de uma residência de estudantes, com 128 camas, orçada em 4,5 milhões de euros, são outras empreitadas a realizar.
O município quer ainda investir mais de 10 milhões de euros nas freguesias e vai recuperar a antiga sede da Associação Comercial para acolher o Comando Sub-regional das Beiras e Serra da Estrela da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
“Este plano é mais do que uma soma de números e obras. É uma das últimas oportunidades para a Guarda ver concretizados projetos que, de outra forma, não teríamos capacidade de financiar”, acrescentou Sérgio Costa.
O presidente da Câmara alertou, no entanto, que “há quem tente travar este plano com chumbos políticos e obstáculos artificiais, esquecendo que o que está em causa não é apenas a realização de obras, mas o futuro da Guarda e o bem-estar” da população.
O autarca referia-se aos vereadores do PS e PSD no executivo, que este ano chumbaram três pedidos de empréstimos para financiar parte destes projetos.
“Não vamos recuar. Se desistirmos destas obras candidatadas aos fundos europeus poderemos perder, nada mais, nada menos, do que 33 milhões de euros em comparticipação do PRR/BEI e do Portugal 2030”.
Sérgio Costa acrescentou que também o Plano de Habitação aprovado pela autarquia “enfrenta resistências e chumbos por parte de alguns setores político-partidários”.
O objetivo é disponibilizar 450 fogos habitacionais, entre novos projetos e reabilitação de imóveis existentes, sobretudo no centro histórico, num investimento total de 35 milhões de euros.
“Mas, umbigos políticos, que privilegiam outros interesses, acima das reais necessidades dos guardenses, tentam chumbar a execução deste plano”, lamentou.
Para o autarca, esta postura “não prejudica apenas as famílias que aguardam ansiosamente por uma casa acessível, prejudica também a economia local, ao travar investimentos que geram emprego e riqueza para todos”.
Aproveitando a presença da ministra da Administração Interna, Sérgio Costa pediu a Margarida Blasco para que ajude a resolver o problema das novas instalações do Comando Territorial da GNR e do Comando Distrital da PSP, que trabalham “há demasiado tempo em condições infraestruturais que não estão à altura do serviço exemplar que prestam”.
“Senhora ministra, a Guarda precisa e merece instalações dignas para as suas forças de segurança. É uma necessidade urgente que impacta diretamente a eficiência e o bem-estar dos homens e mulheres que diariamente arriscam as suas vidas para proteger a nossa comunidade”, disse.
O autarca anunciou que a Câmara da Guarda está disponível para ajudar a resolver a situação, “seja através da disponibilização de terrenos, do apoio técnico ou da articulação com outras entidades”.