Greve de trabalhadores fecha Casa Fernando Pessoa e Galerias Municipais de Lisboa
A Casa Fernando Pessoa e as Galerias Municipais de Lisboa estão hoje fechadas devido à greve dos trabalhadores da EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural do município por melhores condições de trabalho, segundo fonte sindical.
“Ainda não temos muitos dados de adesão à greve. Muitos dos equipamentos geridos pela EGEAC abrem mais tarde. Até ao momento temos indicação de que a Casa Fernando Pessoa e as Galerias Municipais estão fechadas. No Castelo de São Jorge, as bilheteiras estão encerradas, mas os bilhetes podem ser adquiridos ‘online’”, disse à Lusa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML).
Nuno Almeida adiantou ainda que o STML vai intervir hoje na reunião pública da Câmara Municipal de Lisboa para abordar os vários problemas dos trabalhadores.
Sobre a paralisação de hoje, o sindicalista contou que, depois de uma greve parcial em 30 de outubro, foi decidido avançar para uma de 24 horas, uma vez que não houve qualquer ‘feedback’ por parte da empresa para negociar e resolver os problemas dos trabalhadores.
De acordo com Nuno Almeida, nos últimos três anos a administração da EGEAC, empresa municipal que gere 24 equipamentos e espaços culturais do concelho, tem vindo a “desrespeitar e desvalorizar” o processo negocial.
“O que tem acontecido é uma falta de negociação por parte da administração em relação às matérias salariais. A administração tem-se limitado a dar aumentos salariais iguais aos que o Governo tem determinado para a administração pública”, disse.
O sindicalista lembrou que os trabalhadores da EGEAC – mais de 400 - ficaram de fora da medida de valorização das carreiras determinada para os trabalhadores da administração pública em 2023.
A carência de trabalhadores em vários equipamentos, a falta de investimento na melhoria das condições de trabalho, a ausência de medicina de trabalho, a desregulação dos horários e a prática de assédio laboral são outras das queixas.
No final de outubro, numa resposta escrita enviada à agência Lusa, a EGEAC disse que existe uma “relação colaborativa e de diálogo franco” com os trabalhadores.
“Não obstante as tomadas de posição públicas, existe e continuará a existir - entre a empresa, os sindicatos e a comissão de trabalhadores - uma relação colaborativa e um diálogo franco e aberto sobre todas as temáticas que envolvem a gestão de pessoas”, referiu.