Cinfães, Tondela e Carregal do Sal têm a água mais cara
De acordo com um estudo da DECO PROTeste, Cinfães, Carregal do Sal e Tondela são os três concelhos do distrito de Viseu com fatura mais elevada na fatura que inclui água (120m3), saneamento e resíduos sólidos urbanos.
No distrito, o intervalo de variação da fatura global da água (abastecimento, saneamento e resíduos sólidos urbanos) nos 24 municípios para consumos anuais de 120 m3 é de 318,14€ entre o município com preço mais elevado (Cinfães) e mais baixo (Castro Daire).
O top 3 dos concelhos com preços mais elevados é composto, assim, por Cinfães (426,14€ por 120m3), Carregal do Sal (413,41€) e Tondela (385,69€). Os concelhos mais baratos são Castro Daire (108,00€), Vila Nova de Paiva (124,20€) e Resende (136,80€).
A título de exemplo, Cinfães paga anualmente mais 318,14€ do que Castro Daire na fatura que inclui água (120m3), saneamento e resíduos sólidos urbanos.
Apesar do cenário preocupante, a partir de 2026 prevê-se maior harmonização tarifária através da atuação da ERSAR.
Recorde-se que a DECO PROTeste já analisou a dispersão tarifária a nível nacional, tendo concluído que os serviços de abastecimento, saneamento e resíduos sólidos atingem uma diferença de 400€ na fatura global entre concelhos do continente para o mesmo consumo de 120 m3 anuais. No caso do consumo anual de 180 m3, esta disparidade entre concelhos com a fatura global mais baixa e a mais alta intensifica para mais de 650€ de diferença.
A DECO PROteste não encontra justificações válidas para estas disparidades, que não se explicam apenas por diferenças nos investimentos em reabilitação de redes ou por ineficiências na gestão dos sistemas. A organização de consumidores alerta ainda para a insustentabilidade financeira de alguns serviços, com coberturas de gastos muito baixas, o que também não é desejável.
Apesar do cenário preocupante, a DECO PROTeste saúda o reforço dos poderes da ERSAR na regulamentação tarifária a partir de 2026, acreditando na futura harmonização e rejeitando aumentos de preços baseados em ineficiências, secas ou inundações, defendendo uma maior justiça no acesso a serviços essenciais.