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Luís Neves reconduzido para um terceiro mandato à frente da PJ

Trata-se da terceira comissão de serviço de Luís Neves enquanto diretor nacional da PJ, que tomou posse no cargo em junho de 2018

O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, foi reconduzido no cargo por mais três anos para a sua terceira comissão de serviço na liderança da polícia de investigação criminal, anunciou hoje o gabinete do primeiro-ministro em comunicado.

Considerando o desempenho do Coordenador Superior de Investigação Criminal Luís António Trindade Nunes das Neves como Diretor Nacional da Polícia Judiciária, este foi nomeado para nova comissão de serviço, (…), por um período de três anos”, lê-se no comunicado do Governo.

Com a recondução, este será a terceira comissão de serviço de Luís Neves enquanto diretor nacional da PJ, que tomou posse no cargo em junho de 2018, quando já contava com mais de 20 anos ao serviço daquela polícia.

Em unidades de combate à criminalidade violenta e organizada, o nome de Luís Neves ficou ligado à investigação em casos de desmantelamento de células da ETA em Portugal, de detenção de "skinheads" e do líder de extrema-direita Mário Machado, à detenção em Itália do espião do SIS Frederico Carvalhão Gil e ao caso do rei Ghob, suspeito do homicídio de vários jovens.

Um dos seus primeiros casos mais mediáticos ocorreu quando Manuel Subtil se barricou numa casa de banho da RTP, em janeiro de 2001, exigindo uma indemnização e ameaçando que se matava. Entregou-se várias horas depois.

Luís Neves, investigou o assalto e furto de material de guerra em Tancos. Nos últimos anos, o novo diretor nacional da PJ ficou também associado ao desmantelamento de redes das máfias de Leste e de grupos criminosos que assaltavam caixas de multibanco com recurso a material explosivo.

Mais recentemente, numa fase inicial, viu a PJ ser afastada da investigação da Operação Influencer, tendo o Ministério Público (MP) optado pela coadjuvação da PSP num processo que envolveu várias figuras do Governo, incluindo o então primeiro-ministro António Costa, contra o qual correu uma investigação autónoma junto do MP no Supremo Tribunal de Justiça – atualmente em curso no DCIAP, após ter cessado funções governativas - e que acabaria por levar à queda do Governo, num dos momentos mais polémicos da Justiça em Portugal nos últimos anos.

Sob a liderança de Luís Neves a PJ desencadeou também uma das suas maiores operações, deslocando para o arquipélago da Madeira mais de uma centena de inspetores, num processo em que estão em causa suspeitas de corrupção, prevaricação, abuso de poder e tráfico de influência, entre outros e que visava também o Governo Regional, fazendo várias detenções, incluindo o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, e constituindo arguido o presidente do executivo local, Miguel Albuquerque.

É também responsável pela detenção do antigo banqueiro João Rendeiro, na África do Sul, depois de meses de investigação ao seu paradeiro, tendo o banqueiro estado mais de um ano fugido às autoridades portuguesas, após condenação a pena de prisão efetiva de três anos e meio por burla qualificada. João Rendeiro acabaria por morrer na prisão, na África do Sul, evitando a extradição e o cumprimento da pena em Portugal.

A direção de Luís Neves ficou ainda marcada no último mandato pela modernização da PJ e reforço de quadros, incluindo especialistas e técnicos periciais, pela absorção de parte dos quadros provenientes do extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e por um elevado aumento salarial dos inspetores, via subsídio de risco, que acabaria por motivar a contestação de outras forças policiais e de segurança, que exigiram ao Governo negociações para um tratamento igualitário.

O diretor nacional está na Polícia Judiciária desde 1995, tendo ingressado na força policial assim que terminou a licenciatura em Direito e já depois de um estágio em advocacia. Sem qualquer desvio para outras unidades ou especialidades, esteve sempre ligado ao combate de crimes violentos e terrorismo.

Novembro 7, 2024 . 19:01

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