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Homem acusado de matar outro em Guimarães começa a ser julgado a 26 de novembro

O arguido, que se encontra em prisão preventiva, está acusado de homicídio qualificado e de detenção de arma proibida

O homem acusado de matar outro numa oficina no concelho de Guimarães, distrito de Braga, na sequência de uma discussão por causa de uma máquina de diagnóstico de centralina, começa a ser julgado a 26 de novembro.

A primeira sessão está marcada para as 14:00 no Tribunal Criminal de Guimarães (Creixomil).

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve acesso, o arguido, de 32 anos, que se encontra em prisão preventiva, e a vítima “mantinham uma relação de amizade há cerca de três anos”, tendo o primeiro emprestado ao segundo uma máquina de diagnóstico de centralina, cerca de meio ano antes do homicídio, ocorrido a 7 de novembro de 2023.

O MP relata que, “após diversas insistências infrutíferas pela devolução da máquina”, o arguido e um amigo combinaram, em 6 de setembro, deslocarem-se no dia seguinte à oficina onde a vítima era empregado, para, “de uma vez por todas, reaver” a máquina.

A acusação diz que o arguido, com o intuito de “recuperar a máquina a todo o custo”, muniu-se de “uma soqueira com lâmina de ponta e mola incorporada e oculta, com características corto-perfurantes”.

Assim, pelas 09:50 de 7 de novembro de 2023, o arguido e o amigo chegaram à oficina onde trabalhava o ofendido, em Azurém, Guimarães, estacionando à entrada da mesma.

A vítima, “desagradada com o bloqueio da entrada, ordenou ao arguido e ao condutor que estacionassem uns metros mais atrás, ao que aqueles acederam”.

Enquanto o amigo permaneceu sentado no lugar do condutor e com a janela aberta, o arguido saiu do veículo e dirigiu-se à vítima, pedindo-lhe a devolução da máquina.

O que mais uma vez não sucedeu, levando a que os ânimos se exaltassem entre ambas as partes, ambos elevando o tom de voz e esbracejando”, lê-se na acusação, acrescentando que os ânimos se mantiveram acesos.

Segundo o MP, “a vítima mandou o arguido sair daquele local ‘senão era pior’, dirigindo-se em passo apressado ao veículo onde se encontrava” o amigo do arguido e, “ali chegado, junto à janela do lado do condutor, por razões não concretamente apuradas, desferiu-lhe uma pancada no sobrolho direito”.

De imediato, o arguido abeirou-se da vítima, muniu-se de uma soqueira que trazia oculta no bolso do casaco que envergava e, sem que nada o fizesse prever, acionou a mola, assim fazendo a lâmina sair, desferiu um golpe, com toda a força que no momento conseguiu aplicar, no tronco da vítima, zona das costelas, do lado direito, surpreendendo a mesma e tornando impossível a sua defesa”, descreve a acusação.

Arguido e amigo abandonaram de seguida o local de automóvel, enquanto o proprietário da oficina levou a vítima para o Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães, onde viria a morrer nesse dia, pelas 23:55.

Ao delinear o plano na véspera da data dos factos, e ao munir-se da soqueira com lâmina incorporada, o arguido agiu com frieza de ânimo e premeditação, de forma planeada e refletida em dois distintos momentos, firme na decisão de reaver a máquina ou matar a vítima”, sustenta o MP.

 

Novembro 6, 2024 . 12:50

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