Mais de uma centena de estudantes protestam em Coimbra contra as propinas
Mais de uma centena de estudantes, sob o mote “Propina Zero”, manifestaram-se hoje em Coimbra, defendendo o fim das propinas e um ensino superior público acessível a todos.
Empunhando tarjas e cartazes onde se lia “Sem propinas, sem barreiras”, “Fim da propina”, “Educação para formar, não para lucrar” ou “ensino para todos”, os estudantes concentraram-se por volta das 17:30 junto à reitoria da Universidade de Coimbra.
Descendo a rua Padre António Vieira até ao mural de referência à crise académica de 1969, os estudantes entoaram palavras de ordem sobre as propinas – “Propinas e Bolonha, é tudo uma vergonha” -, mas houve também espaço para criticar a falta de ação social, pouco investimento no ensino superior e atrasos nas bolsas.
“Eu acredito que se queremos uma economia com base no conhecimento temos de abrir as portas das nossas universidades, das nossas instituições de ensino superior e não é naturalmente praticando valores abusivos de propinas que iremos conseguir isso”, afirmou o presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), Renato Daniel, que falava aos jornalistas antes do começo do protesto.
A manifestação não surgiu da iniciativa da direção geral da AAC, mas a instituição “imediatamente” subscreveu-a, aquando da sua proposta em assembleia magna, referiu.
Renato Daniel vincou que Portugal “é um dos poucos países da Europa” que cobra propinas no ensino superior, defendendo que é necessário “refletir sobre aquilo que será o futuro do ensino superior”.
O presidente da AAC vincou que os custos para um estudante se manter no ensino superior têm aumentado muito nos últimos anos, sobretudo associados à habitação, que “é o encargo financeiro mais dramático para os estudantes”.
O fim das propinas permitiria também aliviar a carga de despesas associadas à permanência no ensino superior, notou.
A manifestação terminou por volta das 18:00, já depois de uma passagem pelo mural dedicado à crise académica de 1969, junto à sede da AAC, com o habitual “efe-erre-á”.