Sindicato dos Enfermeiros apresentou contraproposta de valorização salarial
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) apresentou hoje uma contraproposta de valorização da grelha salarial dos enfermeiros ao Ministério da Saúde, que reconheceu que “havia matéria que não era coerente”, sustentando que as negociações vão prosseguir.
“O processo negocial é para continuar e, portanto, ficou agendada uma nova reunião para o dia 7 de novembro [quinta-feira], às 16:00”, adiantou à Lusa a dirigente do SEP Guadalupe Simões.
Na reunião de hoje com a secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, o SEP salientou o início da carreira dos enfermeiros, o início da categoria de enfermeiros especialistas e uma norma “que iria determinar que, no futuro, os enfermeiros que fossem promovidos por concurso à categoria de enfermeiro especialista teriam um acréscimo salarial de 52 euros” e “durante o período transitório teriam uma valorização salarial de, no mínimo, 150 euros”.
“O Ministério da Saúde reconheceu que havia aqui matéria que não era coerente com esta perspetiva de valorização no momento da promoção e também ficou de avaliar, e de reescrever essa proposta”, salientou.
Guadalupe Simões disse à Lusa que a força sindical propôs à tutela “uma redução do número das posições remuneratórias”, propondo no início da categoria de enfermeiro 1.754 euros e no início da categoria de enfermeiro especialista 2.566 euros.
Sobre os enfermeiros especialistas, a sindicalista lembrou que “iniciam a categoria de técnico de diagnóstico e terapêutica especialista na posição remuneratória 33, nos 2.294 euros”.
“Acreditamos que o Ministério da Saúde está de boa-fé na avaliação da proposta apresentada pelo SEP, numa perspetiva da valorização efetiva da grelha salarial dos enfermeiros e da resolução de alguns problemas que a proposta do Governo não resolvia”, considerou.
Segundo o presidente do SEP, José Carlos Martins, o Ministério da Saúde propôs, na grelha salarial da categoria de enfermeiro, um aumento de 52 euros para todas as posições remuneratórias.
Além disso, nas grelhas salariais de enfermeiro-especialista e enfermeiro-gestor, o “Governo propõe não alterar grelha nenhuma”, afirmou o dirigente sindical, adiantando que a proposta prevê, porém, que os enfermeiros que estão hoje nessas categorias possam dar um “salto de uma posição remuneratória”.
Essa proposta implica que, para “quem entrar no futuro, o valor económico do trabalho dos enfermeiros especialistas e chefes se mantém exatamente igual ao que hoje temos”, lamentou o presidente do SEP.
A Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), que também foi hoje recebida por Cristina Vaz Tomé, apresentou uma proposta de valorização salarial, lamentando que haja “inversões remuneratórias com tratamentos diferenciados entre enfermeiros”.
De acordo com a responsável, que voltará à mesa negocial com a tutela a 7 de novembro, a tabela remuneratória atualmente em vigor “é ilegal no âmbito das regras da construção de tabelas remuneratórias”.