Rui Ferreira garante que o Académico "tudo fará" para vencer amanhã o Marítimo no Fontelo

Rui Ferreira, treinador do Académico, enfatizou que a sua equipa quer regressar amanhã às vitórias na II Liga. Depois de três jogos sem vencer (derrota em casa frente à União de Leiria, derrota em Tondela e empate em Felgueiras na última jornada), o técnico garantiu que a equipa "tudo fará para somar os três pontos", independentemente da valia do adversário, que, no seu entender, é claramente "candidata à subida".

"No último jogo, conquistamos um ponto fora de casa e queremos agora, jogando em casa, regressar às vitórias. Queremos regressar às vitórias, até porque jogamos em casa, e independentemente do adversário queremos muito alcançar os três pontos. Mas estamos à espera de um jogo extremamente difícil, porque o Marítimo é um dos candidatos mais fortes à subida", afirmou.

Questionado pelo Diário de Viseu sobre as causas da bipolaridade atacante de uma equipa que nas primeiras quatro jornadas apontou 10 golos e que concretizou apenas dois nos últimos três jogos da II Liga, Rui Ferreira respondeu que os fatores estão devidamente identificados no grupo de trabalho.

“Não tem a ver com o facto de jogarmos mais ou menos recuados, tem a ver com outros fatores. Por exemplo, no jogo em Alverca nós fizemos quatro golos, mas foi um dos jogos em que tivemos mais dificuldades, tivemos o Domen Gril em grande nível, que fez três ou quatro defesas decisivas para o resultado final. Falou-se muito no final desse jogo, em que já éramos apontados como a melhor equipa do mundo e iria ser tudo a eito a partir dali. Mas foram quatro golos resultantes de quatro transições muito bem definidas e concretizadas por nós. Mas no jogo para a Taça de Portugal tivemos umas dez bolas de golo feito mas não conseguimos concretizar. É um bocadinho assim. Sabemos que do outro lado há outras equipas e muitas vezes nós não conseguimos desempenhar aquilo que trabalhamos durante a semana e tivemos alguns exemplos que resultaram em derrotas. Mas estamos à procura sempre do melhor e de fazer mais golos. Se fizermos um golo e ganharmos já fico satisfeito, não temos de ganhar sempre por 4-0. É um facto que foi doloroso perder em casa com a União de Leiria e foi muito dolorosa a derrota fora de casa, mas nós vimos de um empate fora de casa e isso é algo positivo. Para uns, somos extremamente defensivos e fomos a Felgueiras com uma mentalidade pequena, mas o que é certo é que ontem o Felgueiras foi ganhar por 3-1 à União de Leiria. É preciso tirar as ilações que se devem tirar, estou na II Liga há algum tempo já e conheço as suas realidades e no final faremos as contas, se um ponto fora é positivo ou negativo. Aquilo de que não nos podemos desviar é do nosso trabalho, da nossa seriedade e da nossa consciência, e aquilo que temos vindo a fazer é sinal de que estamos a fazer um bom trabalho, agora é alinhar todos os astros no sentido de as coisas possam resultar naquilo que todos queremos, que são vitórias. Vamos trabalhar sempre nesse sentido, com muita confiança e com afirmação. Não há jogos fáceis, todos eles são e serão difíceis e nós vamos à procura de os tentar vencer. A única coisa que nós podemos prometer é que vamos tentar, agora fazer depende sempre daquilo que o adversário nos possa proporcionar.

Diário de Viseu também questionou Rui Ferreira sobre a subida de rendimento de Yuri Araújo, que recebeu o prémio de melhor jogador da II Liga nos meses de agosto e setembro. Quisemos saber se havia "dedo" do treinador no "renascer" de um jogador que cumpre atualmente a quinta época no clube, mas que apenas na primeira delas foi preponderante, com 6 golos e 7 assistências. Depois, nas três épocas seguintes, marcou apenas 5 golos e fez 3 assistências. Nesta época, Yuri Araújo já contabiliza quatro golos marcados.

"Todos nós reconhecemos as capacidades do jogador, as suas qualidades técnicas para atingir o patamar que está atualmente a atingir. O Yuri é um extremo, mas nessa posição tem algumas dificuldades no processo defensivo, na forma como fecha o corredor lateral direito, como tenta pressionar, como se posiciona no terreno. E nós ao vermos essas dificuldades tentámos colocar o Yuri numa posição mais central, porque é um jogador que gosta de vir buscar a bola atrás, sente-se confortável, sabe rodar sobre o adversário e dificilmente perde uma bola. E essa posição dele agora está a dar razão a essa troca e os golos que tem apontado acabam por ser consequência daquilo que é o trabalho coletivo, basta analisar o grande golo que ele apontou frente ao FC Porto B, numa transição desenhada por 3 jogadores, o Marquinhos, o Clóvis e o Yuri, que depois finalizou muito bem. Mas ele tem as características ideias para, no nosso entender, para jogar mais por dentro e por isso ele sente-se mais confortável nessa posição, daí o seu maior rendimento esta época", concluiu.