EUA não aceitam uma nova Gaza no Líbano
Os Estados Unidos avisaram hoje Israel contra qualquer ofensiva no Líbano que “se assemelhe” ao que aconteceu na Faixa de Gaza, em resposta às declarações do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
“Afirmo claramente que não deverá haver uma ação militar no Líbano que se assemelhe a Gaza e em que o resultado se assemelhe a Gaza”, disse aos jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Matthew Miller.
Numa declaração na terça-feira em que apelou diretamente aos libaneses para “libertarem o país do Hezbollah”, Netanyahu ameaçou a população libanesa com “uma longa guerra que trará destruição e sofrimento semelhantes ao que se vê em Gaza”.
“Têm a oportunidade de salvar o Líbano antes que caia no abismo”, disse, garantindo que se o país se libertar do movimento pró-Irão, a guerra, que fez até agora mais de 2.100 mortos do lado libanês, poderá terminar.
O líder hebreu defendeu que é o Irão, e não Israel, que ocupa o Líbano enviando armas para o Hezbollah para servir os seus interesses.
Israel abandonou o sul do Líbano em 2000, após uma ocupação de 18 anos – as tropas chegaram ao sul de Beirute – e que desde 1983 se situa na faixa sul do rio Awali.
O número de mortos nos ataques israelitas num ano contra o Líbano ultrapassou os 2.100, a maioria nas últimas duas semanas da intensa campanha de bombardeamentos contra o país, segundo fontes oficiais.
Após ter enfraquecido o Hamas numa ofensiva em Gaza em represália pelo ataque do grupo palestiniano em 07 de outubro de 2023, Israel transferiu a maior parte das operações contra o Hezbollah no vizinho Líbano em meados de setembro.
O exército israelita afirmou hoje que destruiu 100 alvos do Hezbollah nas últimas 24 horas.
Disse também que desmantelou plataformas de lançamento de foguetes e eliminou elementos do Hezbollah “em combate próximo e ataques aéreos”.