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ONU alerta para abusos “inimagináveis" de mulheres no Sudão

A capital, Cartum, e as regiões do Darfur e do Cordofão são os principais cenários dos abusos

A ONU alertou hoje para os abusos "inimagináveis" de mulheres e raparigas no Sudão e, em comunicado, apela à ajuda internacional, retratando a devastação social que o país africano sofre desde o início da guerra.

Em dezembro de 2023, o número de pessoas que necessitavam de assistência devido à violência de género já ascendia a 6,7 milhões, mais 100 por cento do que antes da atual guerra entre o exército e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR).

A ONU Mulheres estima que "o número possa ser muito maior agora” porque se teme que muitos casos não sejam denunciados por medo do estigma ou de represálias.

A capital, Cartum, e as regiões do Darfur e do Cordofão são os principais cenários dos abusos, num contexto em que os 5,8 milhões de mulheres e raparigas que foram forçadas a fugir das suas casas, e vivem agora como pessoas deslocadas internamente, são particularmente vulneráveis.

As mulheres também sofrem particularmente de insegurança alimentar, com 64% dos agregados familiares chefiados por mulheres a passarem fome, em comparação com 48% dos agregados familiares chefiados por homens, enquanto 74% das raparigas e jovens mulheres em idade escolar, mais de 2,5 milhões, não frequentam a escola, o que as torna mais vulneráveis a práticas como o casamento infantil e a mutilação genital.

Em termos de cuidados de saúde, as Nações Unidas estimam que mais de 1,6 milhões de mulheres em idade reprodutiva não dispõem de serviços adequados, apesar de mais de 160.000 delas estarem grávidas.

Em julho de 2023, numa declaração conjunta, os chefes de várias agências das Nações Unidas responsáveis pelos direitos humanos refugiados (ACNUR), crianças (Unicef), mulheres (ONU Mulheres) e saúde (OMS) sublinharam estar:

 

"chocados e condenam os relatos de aumento da violência baseada no género no Sudão, incluindo violência sexual contra mulheres deslocadas e refugiadas".

Hoje voltam a alertar o mundo para as atrocidades que as mulheres e raparigas sudanesas continuam a viver.

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