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Sociais democratas vencem eleição regional face a avanço da extrema-direita

Setembro 22, 2024 . 20:53

Sociais democratas vencem eleição regional face a avanço da extrema-direita

O SPD deverá ficar com 31 a 32% dos votos nesta eleição em Brandemburgo, nos arredores de Berlim, contra 29 a 30% para o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), de acordo com as sondagens à boca das urnas dos canais de televisão públicos ARD e ZDF.

O Partido Social Democrata (SPD) da Alemanha venceu hoje por pouco uma eleição regional importante contra a extrema-direita, aliviando a pressão sobre o chanceler, Olaf Scholz, que tem sido cada vez mais criticado a nível nacional.

O SPD deverá ficar com 31 a 32% dos votos nesta eleição em Brandemburgo, nos arredores de Berlim, contra 29 a 30% para o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), de acordo com as sondagens à boca das urnas dos canais de televisão públicos ARD e ZDF.

Este resultado reflete um novo avanço para a extrema-direita alemã, depois de já ter obtido dois resultados recorde durante duas outras eleições regionais, em 01 de setembro, na Turíngia, vencida pela AfD, e na Saxónia, onde ficou imediatamente atrás dos conservadores.

Contudo, o resultado de Brandeburgo não deixa de ser uma desilusão para este movimento de extrema-direita, anti-imigração e pró-Rússia, que até há pouco tempo estava à frente dos sociais-democratas nas sondagens.

Para o SPD, este é um sucesso inesperado, pois há meses que cai em todas as eleições e a nível nacional atingiu, tal como o chanceler Olaf Scholz, recordes de níveis de impopularidade.

Esta vitória, no entanto, deve pouco a Olaf Scholz e muito ao chefe do governo regional de Brandeburgo, Dietmar Woidke.

No poder na região desde 2013, este social-democrata continua a ser muito popular e transformou o escrutínio num plebiscito sobre a sua personalidade e numa eleição a favor ou contra a extrema-direita.

Woidke tinha avisado que se retiraria se não ganhasse as eleições.

O SPD, segundo as estimativas dos canais de televisão, avança significativamente face às eleições anteriores, em 2019, quando atingiu os 26,2%.

A AfD também ganhou quase sete pontos em cinco anos.

Embora curta, esta vitória regional oferece uma trégua a Olaf Scholz, numa altura em que parece mais enfraquecido do que nunca a nível nacional, um ano antes das eleições legislativas para as quais as sondagens colocam a oposição conservadora na posição de vencedora.

A sua coligação tripartida - que também reúne ambientalistas e liberais - está dilacerada por diferenças crescentes.

O presidente dos Liberais do FDP, Christian Lindner, não descartou a saída do Governo, esta semana, se os três partidos não conseguirem chegar a acordo sobre as grandes prioridades políticas.

Os conservadores já têm o seu candidato para uma solução alternativa, tendo nomeado esta semana o líder da CDU, Friedrich Merz.

Aproveitando o descontentamento dos habitantes da região de Brandeburgo - particularmente fértil devido às desigualdades persistentes desde a reunificação da Alemanha - a AfD é impulsionada pelo regresso dos debates sobre segurança e imigração.

Uma série de ataques com suspeitas de motivação islamita abalaram a Alemanha desde o final de agosto, incluindo um triplo homicídio com arma branca cometido em Solingen durante um festival popular e pelo qual foi detido um sírio de 26 anos.

Em Brandeburgo, a imigração é, segundo uma sondagem recente, a principal preocupação dos eleitores.

Com base nas estimativas iniciais, os sociais-democratas parecem bem posicionados para continuar a governar Brandeburgo numa coligação com os Conservadores (12%) e os Verdes (5%).

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